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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

ANALISTAS TEMEM MAIS ÓDIO CONTRA OS MUÇULMANOS

 

ZERO HORA 08 de janeiro de 2015 | N° 18036


TERRORISMO EM PARIS



Apesar de uma das vítimas do atentado contra o semanário francês Charlie Hebdo – o policial Ahmet Merabet, 42 anos – ser muçulmano, o ataque pode gerar mais hostilidade em relação aos imigrantes do mundo islâmico na Europa, em um contexto de conflitos no Oriente Médio. Essa é a opinião de diplomatas de todo o continente.

– Pode-se temer que um assassinato desse tipo, em pleno centro de Paris, alimente a xenofobia e a islamofobia – comentou o ex-embaixador da França e diplomata da União Europeia Marc Pierini, após o ataque em que morreram 12 pessoas.

O ataque à publicação foi perpetrado por homens armados de fuzis Kalashnikov aos gritos de “Allah-u-Akbar” (“Deus é grande”, em árabe), numa operação que teria sido muito bem planejada e executada.

– Os loucos atacam em todas as partes. Cuidado, não nos equivoquemos com o inimigo e não confundamos fé e fanatismo, prática religiosa e fundamentalismo – afirmou Luciano Rispoli, diplomata francês em Bagdá.

– Somos contra qualquer forma de terrorismo, venha de onde vier – declarou o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, para quem “associar o Islã com o terrorismo não é o modo correto de ver as coisas”.

Na França, que conta com uma expressiva comunidade muçulmana e luta contra grupos islâmicos radicais no Sahel (África central) e o Estado Islâmico no Iraque, há um intenso debate sobre o Islã e a imigração. Nesse contexto, o livro do polêmico Eric Zemmour, O Suicídio Francês, que considera a imigração uma das causas dos problemas franceses, esteve no topo da lista de livros mais vendidos no país no ano passado.

– Nunca se falou tanto do Islã nos meios de comunicação e nunca se estigmatizou tanto o Islã na Europa – explicou Hasni Abidi, um pesquisador argelino radicado em Genebra, que cita como exemplo temas que ocupam habitualmente os noticiários da TV do Ocidente, como as guerras em Gaza, na Síria e no Iraque.

– Para aqueles que realizam atentados desse tipo, são imagens contra imagens, mortos contra mortos, olho por olho – destacou.

Referindo-se a fenômenos como o atentado de Paris e as manifestações contra a islamização na Alemanha, Pierini ressaltou:

– Estamos imersos em uma espécie de espiral infernal. Um alimenta o outro.

Na Alemanha, o governo está preocupado com a sua imagem no exterior em decorrência das manifestações contra a islamização do país. A 11ª manifestação desse tipo reuniu 18 mil pessoas na cidade de Dresden (leste), um recorde desde que se iniciaram os protestos em outubro.

Na Suécia, os recentes incêndios em três mesquitas indicam a islamofobia, apesar de um deles ter aparência de acidente.

Para Pierini, o atentado cometido em Paris “vai incidir na política da França”:

– A Frente Nacional pode tirar proveito – apontou, referindo-se ao partido de ultra-direita francês liderado por Marine Le Pen.

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