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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

UMA VISITA MUITO SUSPEITA

REVISTA VEJA 08/11/2014 - 01:00

Em VEJA desta semana. Leonardo Coutinho e Nathalia Watkins

A visita muito suspeita do bolivariano Elías Jaua

Corre em sigilo a apuração do que fazia no Brasil o ministro-chefe das milícias da Venezuela. Foi um ataque à soberania brasileira, e o Itamaraty protestou





(Boris Vergara/EFE)

O venezuelano Elías Jaua é um especialista em atividades clandestinas. Em 1992, ele estava entre os mais de 1.000 conspiradores envolvidos na sangrenta tentativa de golpe de Estado que deu fama ao coronel Hugo Chávez. Depois que Chávez chegou à Presidência, em 1999, Jaua passou a fazer parte da cúpula do novo governo, ocupando cargos variados, mas sempre com a responsabilidade de cooptar, articular e treinar movimentos sociais e milícias armadas com o propósito de implantar o “socialismo do século XXI” na Venezuela e de exportar esse modelo para os países vizinhos. Apropriadamente, Jaua comanda há dois meses o Ministério do Poder Popular para os Movimentos Sociais. Nada mais natural, portanto, que passem pelo seu crivo as já tradicionais parcerias entre o governo venezuelano e organizações de esquerda de outros países, inclusive o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem­-Terra (MST), do Brasil. Causa estranhamento, porém, que ele o faça às escondidas do governo brasileiro e que, por trás de supostos convênios de formação técnica, escamoteie cursos de treinamento para a revolução socialista. Foi o que aconteceu durante a viagem do ministro ao Brasil entre 20 e 31 de outubro — iniciada justamente no auge da campanha para o segundo turno das eleições presidenciais.

O plano de Jaua era passar despercebido em sua visita ao Brasil. No dia 24, porém, Jeanette del Carmen Anza, a babá dos seus filhos, foi presa no Aeroporto de Guarulhos ao tentar entrar no Brasil com um revólver calibre 38 na bagagem de mão, o que configura crime de tráfico de armas. Ela estava acompanhada da sogra de Jaua e, segundo o ministro informou à Justiça, ele as havia mandado buscar na Venezuela em um avião da estatal de petróleo PDVSA para ajudar a cuidar de sua mulher, que viera fazer um tratamento médico no Hospital Sírio-Libanês. Ele teria pedido à babá que trouxesse uma maleta de mão com documentos, mas que não se esquecesse de tirar a arma de dentro. Jeanette, surpreendentemente, não teria encontrado a arma, e resolveu trazer a maleta assim mesmo. Beneficiada com um pedido de habeas corpus, Jeanette foi solta e voltou à Venezuela no dia 31. Junto com o revólver, a Polícia Federal encontrou centenas de páginas de documentos que o delegado Enio Salgado classificou como sendo de “cunho eleitoral e doutrinário”. A papelada foi apreendida e cópias foram enviadas para a Justiça Federal. Algumas pessoas que manusearam as brochuras descreveram o seu teor com os adjetivos “forte”, “preocupante” e “explosivo”. A primeira página de uma delas traz o que parece ser o sumário de uma palestra ou aula ensinando como fazer uma revolução socialista, com itens como “Identificar e neutralizar o inimigo (derrota permanente)”.


COLUNA RODRIGO CONSTANTINO

Uma visita muito suspeita: bandeira vermelha!


Graças ao vídeo divulgado pelo próprio governo venezuelano, por meio de um canal estatal de TV, ficamos sabendo dos verdadeiros motivos para a mais que suspeita visita de Elías Jaua, cuja babá foi presa com uma arma no aeroporto. O intuito era fechar uma bizarra parceria com o MST para fortalecer a “revolução socialista” em nosso país. Até o Itamaraty teve de se pronunciar e cobrar explicações do governo “camarada”.

Uma excelente reportagem de Veja esta semana, assinada por Leonardo Coutinho e Nathalia Watkins, esmiuça o passado do venezuelano para jogar luz sobre a gravidade desta visita suspeita. O que emerge é um especialista em atividades clandestinas. Esteve, em 1992, entre os mais de mil conspiradores envolvidos na sangrenta tentativa de golpe de Estado do coronel Hugo Chávez. Quando este finalmente chegou ao poder, Eliás Jaua passou a fazer parte da cúpula do novo governo.

Sua missão sempre foi cooptar, articular e treinar “movimentos sociais” e milícias armadas para implantar o “socialismo do século XXI”, não só na Venezuela, como em outros países latino-americanos. O elo com o MST, portanto, seria natural para alguém com tais “credenciais”. O estranho é ele ter vindo escondido do governo brasileiro. O caso veio à tona com a prisão da babá de seus filhos.

Junto ao revólver, ela trazia documentos que o delegado classificou como sendo de “cunho eleitoral e doutrinário”. O teor foi descrito por alguns que tiveram acesso como “forte”, “preocupante” e “explosivo”. “Identificar e neutralizar o inimigo” seriam os objetivos ensinados pelo obscuro venezuelano. João Pedro Stédile, líder do MST e aquele que fez ameaças de guerra caso Aécio Neves fosse eleito, é próximo de Nicolás Maduro. É o bolivarianismo entrando no Brasil pela porta dos fundos. A reportagem conclui:



Jaua era membro de uma facção clandestina de um movimento marxista chamado Bandera Roja, ou Bandeira Vermelha. Sua meta era convencer pessoas a pegar em armas para lutar contra o regime democrático venezuelano. É esse o tipo que vem clandestinamente ao Brasil fechar acordos com o MST, “movimento social” próximo do PT. Mas há quem chame de paranoia falar em risco bolivariano por aqui.

Inocentes, não sabem de nada! O que os chavistas querem já está evidente. Quem são seus braços armados no Brasil também já sabemos. Que o próprio PT não deseja oferecer obstáculo algum a essa quadrilha vermelha, isso também é notório. Ou seja, podemos contar com outras entidades na luta contra a maré vermelha, não com aquelas que dependem diretamente da influência do governo.

E temos a obrigação de cobrar investigações e punições contra esses que tratam nosso país como a casa da mãe Joana, como um quintal para suas confabulações e conspirações antidemocráticas. O que é isso, companheiro? Não passarão!

Rodrigo Constantino



Revista Veja - Por LEONARDO COUTINHO e NATHALIA WATKINS. Foto: Boris Vergara / EFE - 09/11/2014 - - 19:29:39



















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