Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quarta-feira, 19 de março de 2014

VANDALISMO: A VERDADE HÁ DE VENCER!

ZERO HORA 19 de março de 2014 | N° 17737

ARTIGOS - DEBATE: VANDALISMO 



Por Lucas Maróstica*



Na última semana, as investigações da Polícia Civil a respeito de supostas práticas de delito realizadas nas manifestações chegaram ao fim. Me causou surpresa o fato de estar entre os indiciados, sob a acusação de constituição de milícia privada. A Lei das Milícias, em vigor desde o ano de 2012, foi criada para combater grupos de extermínio que atuavam no nordeste do Brasil. A lei é voltada para grupos organizados que estão matando por recompensas financeiras. Em nosso caso, a investigação está querendo dizer que organizamos as manifestações com a finalidade de depredar patrimônio público e privado, saquear lojas, agredir pessoas e enfrentar a polícia. Um escândalo.

Durante o processo de investigação, já havia questionado aqui nesta mesma página a ausência de provas concretas: imagens, vídeos e objetos que me relacionassem a qualquer ato de delito. É difícil estar numa posição de ter que me defender por algo que não pratiquei. Faço parte de organizações políticas que não compactuam com os atos de depredação. O Juntos e o PSOL são contrários a essas ações. Nos processos de mobilização, existe apenas uma certeza: só é possível vencer quando conquistamos a simpatia, o apoio e a participação da população. A depredação leva ao caminho inverso: portanto, sempre procurei defender, a partir do meu ativismo, um diálogo permanente com todos aqueles que estão indignados e almejam um futuro melhor. Nunca defendi e nunca pratiquei nenhuma ação de depredação. Eis as ferramentas das minhas ações: megafones, panfletos, adesivos e bandeiras. Instrumentos das lutas cotidianas e das disputas no campo das ideias.

Não há outra conclusão lógica deste inquérito a não ser relacioná-lo a uma ação clara de perseguição política e de criminalização dos movimentos sociais. Ou então éramos milhares de milicianos nas ruas, empunhando a “violência” dos nossos cartazes e palavras de ordem, e aí vai faltar cadeia pra tanto “bandido”. Está longe de ser um delírio considerar essas ações como uma articulação política vinda do Estado. O chefe da Polícia Civil se filiou ao PTB ainda no final do ano passado e deve se candidatar a deputado nas próximas eleições. E o PTB deve ser o vice de Tarso em 2014.

Tarso Genro – que inclusive estará convidado a prestar testemunho neste caso, pois o fatídico dia 27 de junho foi a data da reunião no Palácio Piratini –, é um intelectual e um advogado gabaritado. Em artigo escrito para a Carta Maior no ano de 2012, o governador falava do quanto a Justiça é “distribuída desigualmente”, pois sobre ela “incidem fatores externos”, “que se originam da força política e econômica dos grupos envolvidos nos conflitos políticos”. Penso que esta lógica está sob andamento através de um inquérito do qual me considero vítima. Contradições que devem ser respondidas pelo próprio governador. Permanecerei em movimento, seguirei nas ruas! A verdade há de vencer!

Nunca defendi e nunca pratiquei nenhuma ação de depredação.

*Estudante da UFRGS, faz parte do Coletivo Juntos e do PSOL



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