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sábado, 7 de dezembro de 2013

O MÁRTIR MANDELA


ZERO HORA 07 de dezembro de 2013 | N° 17637

PAULO SANT’ANA


São justas as homenagens que estão prestando no mundo inteiro a Nelson Mandela.

Ele foi um mártir da liberdade, da democracia, da igualdade. O seu martírio consistiu em ver-se privado da liberdade por 27 anos, atirado ao cárcere, no período em que sua existência tinha tudo para ser a mais apetecida.

Um grande homem. Um enorme estadista.

*

Se eu tivesse por acaso passado 27 anos na prisão, teria me alquebrado e não serviria para mais nada útil.

Pois Mandela conseguiu a façanha de perder 27 anos de sua vida atrás das grades e ainda assim voltar à liberdade para se tornar presidente da República da África do Sul e fazer desaparecer o apartheid da geografia política de sua pátria.

Um extraordinário exemplo de quanto pode sair da escuridão da sua vida um homem e vir a se tornar ainda um marco de sofrimento, martírio, revolução sem as armas, prodígio no lançamento de novos e brilhantes tempos.

Procuro, vasculho entre os grandes homens de todos os séculos um nome que possa ombrear-se a Mandela e não consigo achá-lo.

Uma majestade.

*

Mandela teve, posso estar enganado, três esposas durante toda a sua vida.

Pois nunca ouvi uma só palavra de qualquer uma delas contra seu marido, o que quer dizer que Mandela soube administrar de forma exemplar tanto a sua vida conjugal quanto sua trajetória política.

Além disso, ontem se pôde ver em todas as televisões do mundo o sorriso amplo e encantador de Mandela.

Quem possuía aquele sorriso só podia ter sido o campeão mundial de maestria política.

*

Foram 27 anos abandonado na prisão, retirado abruptamente da sua profissão de advogado e da liderança política.

Mais de um quarto de século no degredo prisional é algo que produz num ser humano um sofrimento indizível.

Não é por acaso que o castigo mais usado pelos humanos contra seus semelhantes é a pena privativa de liberdade. Ela é aplicada desde que a humanidade se conhece como gente.

E a pena que foi aplicada a Mandela foi a de prisão perpétua. Só comutada 27 anos depois, a tempo de tornar Mandela um homem ainda maior do que aquele que foi atirado à prisão.

É uma vergonha para a humanidade que ela tenha decidido condenar à prisão perpétua um homem que mereceria a consagração perpétua por suas ações.

A humanidade, sem dúvida, é muito pérfida.

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