Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A HISTÓRIA E A VERDADE

 
ZERO HORA 23 de novembro de 2012 | N° 17262

EDITORIAIS



Ao trazer a público pela primeira vez um documento que comprova a prisão do ex-deputado Rubens Paiva pelas forças de repressão do governo militar, Zero Hora presta um serviço à memória do país. Como destacou o escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do parlamentar desaparecido durante o regime ditatorial, “é sempre a imprensa que conta a história, jamais o Estado”. Esta observação é mais do que emblemática, pois sintetiza conceitos de democracia e de liberdade. Cabe, sim, à imprensa livre e independente aproximar a história da verdade. O Estado, os governos, os detentores do poder, estes costumam contar a história oficial, sob o enfoque que melhor contempla seus interesses e que nem sempre é o mesmo da nação.

A história do país durante o governo militar ainda precisa ser melhor esclarecida, principalmente em relação a episódios de tortura, morte e desaparecimento de pessoas que se opunham ao regime. É o caso do ex-deputado Rubens Paiva, preso em 1971 no Rio de Janeiro e jamais encontrado. A família sempre suspeitou de que ele tivesse sido morto nas dependências do Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), que era o órgão central da repressão na época. Agora, surge uma comprovação documental, encontrada entre os pertences do coronel Julio Miguel Molina Dias, assassinado recentemente em Porto Alegre.

A partir da revelação desse registro e de outros que já começaram a ser investigados, novas luzes poderão ser lançadas sobre um episódio de quatro décadas que faz parte da história recente do país. Ao desempenhar seu papel de buscar informações, de investigar e questionar, de ouvir e comparar, de expor visões divergentes e de opinar – como estamos fazendo agora – a imprensa contribui para a busca da verdade. Assim, também, se escreve a história de um país, com a atualização responsável de fatos que nunca foram bem contados.

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