Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

terça-feira, 26 de junho de 2012

BARBAS E CÍLIOS DE MOLHO


BEATRIZ FAGUNDES, O SUL

Porto Alegre, Segunda-feira, 25 de Junho de 2012.




O analista político hondurenho Eugenio Sosa afirmou que, com a queda do presidente Zelaya, a direita latina aprendeu que não é necessário atuar, como nas décadas passadas, que os golpes militares com derramamento de sangue já não servem.

As presidentas e os presidentes dos países da América Latina já devem estar com suas barbas e cílios de molho, pois a todo o andar das carruagens uma onda de golpes está em vésperas de se tornar realidade na região. Como bem lembra o jornalista Mauro Santayana (JB); "Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner enfrenta uma greve de caminhoneiros, em tudo por tudo semelhante à que, em 1973, iniciou o processo que levaria o presidente Salvador Allende à morte e ao regime nauseabundo de Augusto Pinochet. Hoje, todos nós sabemos de onde partiu o movimento. Não partiu das estradas chilenas, mas das maquinações do Pentágono e da CIA (a agência de inteligência dos EUA). Uma greve de caminhoneiros paralisa o país, leva à escassez de alimentos e de combustíveis, enfim, ao caos e à anarquia. A História demonstra que as grandes tragédias políticas e militares nascem da ação de provocadores".

O presidente boliviano Evo Morales está por essas horas enfrentando um motim nas forças de segurança policiais e, segundo sua ministra da Comunicação, Amanda Dávila, informou ontem que um possível golpe de Estado pode estar em andamento, incentivado por grupos políticos. Em 2010, Rafael Correa, presidente do Equador, esteve prestes a ser assassinado em meio a uma tentativa de golpe.

No dia 2 deste mês, Correa denunciou que a oposição a seu governo está se reunindo com o ex-chefe de governo da Colômbia Álvaro Uribe e a direita internacional, para traçar estratégias visando às eleições de fevereiro de 2013 no Equador. "Há grupos de oposição, há alguns traidores da pátria, outros, foragidos da Justiça, oposição de direita que está se reunindo com o ex-presidente Uribe na Colômbia, com a direita internacional financiada por grupos internacionais", denunciou o governante. "A direita internacional vem estudando novas modalidades para dar golpes de estado técnicos, com cara democrática e institucional, para poder frear a luta social do povo e os avanços dos governos progressistas na América Latina", manifestou a educadora Betty Matamoros, em entrevista para ao Opera Mundi.

O analista político hondurenho Eugenio Sosa afirmou que, com a queda do presidente Zelaya, a direita latina aprendeu que não é necessário atuar, como nas décadas passadas, que os golpes militares com derramamento de sangue já não servem. O acadêmico acredita também que é muito menos grave, para essa direita, apostar em novas fórmulas com aparência constitucional, já que também são mais aceitas pelos olhos do mundo. Parece que as tradicionais quarteladas do passado, comprovadamente produzidas pelo Tio Sam saíram de moda. Ainda de acordo com Santayana; "No caso, [Lugo] foram o latifúndio paraguaio e, os interesses norte-americanos. Com o golpe, os ianques pretendem puxar o Paraguai para a costa do Pacífico, incluí-lo no arco que se fecha, de Washington [EUA] a Santiago [Chile], sobre o Brasil. Repete-se, no Paraguai, o que já conhecemos, com a aliança dos interesses externos com o que de pior há no interior dos países que buscam a igualdade social. Isso ocorreu em 1954, contra Vargas, e, dez anos depois, com o golpe militar."

Justamente ao final de 2009, um ano após a vitória de Lugo, teve início as primeiras articulações por parte do Congresso, no qual ele não tinha aliados a fim de derrubá-lo através de um julgamento político. O lamentável é ler e ouvir pessoas que defendem ferrenhamente a democracia e o Estado pleno de Direito defender, sem rubor, um julgamento sumário sem direito pleno de defesa do réu. Como sempre, os mesmos usam um peso e duas medidas em suas avaliações. Dilma, Cristina e todos os presidentes devem viver momentos de angústia. O circo está armado!

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