Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A NOVA ORDEM

A nova ordem, por Anderson de Mello Machado, procurador federal - ZERO HORA 03/05/2012

Adeus ao regime militar, boas-vindas à abertura política. Anistia, democracia, manipulação de massa. Seguimos buscando amadurecimento como sociedade com anseios próprios, calcada na liberdade de pensamento e expressão, mesmo que sofrendo a necessária, ainda que por vezes exagerada, ingerência estatal. Da mesma forma, seguimos como alvos em potencial das tentativas de condução das convicções e atitude por parte de outros. Exteriorizar exatamente o que se pensa, mesmo quando não configurado ilícito, pode acarretar sanção social irreversível. Somos livres para manifestar nosso pensamento no limite da lei e na medida do julgamento social a que anuirmos submissão. Daí por que, dentre aqueles que pensam, tantos optem pelo silêncio.

Vivemos uma ordem em que a ditadura do politicamente correto impõe a todos a observância de regras básicas, nas quais não é preciso acreditar, mas exteriorizar intenção de acordo. Esse estado de não ser indica que devemos aceitar todas as diferenças, mas, ao mesmo tempo, estar iguais e crer nas boas intenções humanas. Entender que os perdedores foram trapaceados e todos os movimentos sociais seguem comprometidos com os valores que determinaram seu surgimento. Que quase todos, exceto os ricos e políticos adversários, merecem a próxima última chance.

É estranho alguém que sempre defendeu a proteção do meio ambiente, a abolição de qualquer forma de preconceito, a valorização do trabalho humano, a criação de oportunidades iguais para todos, entre outras tantas bandeiras, perceber-se incomodado com a repetição desses discursos, ainda que não seja difícil encontrar as razões para tanto.

A informação hoje é abundante. São tantas verdades absolutas e opostas sobre um mesmo tema, que fica difícil saber em quem acreditar. Em qualquer meio de comunicação ou roda de conversa há alguém bradando por igualdade, liberdade e solidariedade, não importando que seus atos demonstrem total desprezo por esses valores. O mundo está cheio de líderes de palavras bonitas e frases de efeito, ainda que vazios em verdade. Em todas as decisões há um feixe de interesses, nem sempre movidos pela boa intenção.

O politicamente correto, como quase tudo que surge como causa nobre, em algum momento foi desviado em direção ao favorecimento pessoal. Hoje, infelizmente, alimenta os hipócritas e os chatos. Acreditar no aquecimento global, na reforma agrária e na política de quotas não pode me tirar o direito de discordar da forma como essas questões são tratadas. Igualmente não deveria me dar o direito de julgar quem pensa diferente. A caminhada para a construção de uma República com instituições sólidas e uma sociedade verdadeiramente civilizada é longa. Incentivar toda a população a pensar por si e não mais exercer o confortável direito à ignorância é um passo importante. Isso sim é politicamente correto!

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