Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

IMPRENSA É OLHOS, OUVIDOS E VOZ DE MUITAS NAÇÕES


EDITORIAL JORNAL DO COMÉRCIO, 30/05/2012
 


Estamos, outra vez e quase monotonamente, às voltas com uma nebulosa reunião entre ministros, sendo um ex-ministro, do Supremo Tribunal Federal (STF) e um ex-presidente, Lula da Silva, que, como se comporta, ainda não deixou o cargo. Nenhum homem é tão bom como o seu partido apregoa nem tão mau como a oposição o apresenta. Mas, no Brasil, a virtude dos políticos tem sido agridoce e, o vício, amargo-doce.

Então, ciclicamente há setores de governos e empresariais que tentam, por diversos caminhos, cercear a liberdade da informação. É um erro crasso. Os três crimes da imprensa estão capitulados como calúnia, injúria e difamação. Logo, na Justiça, há proteção contra desmandos, venham de onde vierem.

No entanto, há alguns anos, o submundo dos crimes do colarinho branco, da promiscuidade entre alguns políticos e empresas tem sido vasculhado e suas entranhas fétidas mostradas ao País. Depois é que órgãos públicos, teoricamente encarregados de investigar, se movimentam, com a honrosa exceção da Polícia Federal, que tem saído a campo em busca de vigaristas contumazes com o dinheiro público.

A imprensa tem um poder tal que precisa evitar exageros do tipo penas ao vento. Tanto é assim que o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, disse que nunca desafiou a influente imprensa britânica porque, ao fazer isso, o governo iria travar uma briga longa e politicamente prejudicial.

Para Blair, “você está em uma posição na qual lida com pessoas bastante poderosas, que têm um grande impacto no sistema político. Se estas pessoas estiverem contra você, elas estarão contra você em todas as questões”. Bem parecido com o caso entre encontros de Nelson Jobim, Gilmar Mendes e Lula da Silva. O refrigerante de cortesia servido pelo anfitrião seria o chamado mensalão. Pois Tony Blair se embaralhou com a News Corp. Relatou que Rupert Murdoch, presidente e executivo-chefe do conglomerado de mídia, exercia um “poder considerável” no Reino Unido, o qual tinha de ser levado em conta na elaboração da estratégia política e da condução do governo.

Julian Assange, da Wikileaks, revelou papéis secretos de governos, especialmente dos Estados Unidos.
Atualmente faz entrevistas com personalidades, com sucesso, como o presidente do Equador, Rafael Correa.

Então, com suas “negociações”, Carlos Cachoeira adquiriu muito dinheiro e, mais importante, bastante poder junto a políticos. Essa combinação é fatal para uns e outros. Como, muitas vezes, a versão é mais interessante que o fato, dá-se crédito à versão e se esquece o fato. Em alguns países, segundo Rafael Correa, parte da imprensa se sente descompromissada e critica bastante o governo. Mas, quando se trata de bancos e grandes anunciantes, aí o assunto recebe um tom menos retumbante, segundo ele. Claro que devem existir limites à informação, como o respeito à honra e à reputação das pessoas e à segurança do estado. Para tudo o mais deve haver ampla liberdade.

No Brasil, hoje o poder da mídia é forte e faz as vezes das tarefas de órgãos públicos. Se todos trabalhassem corretamente, não haveria tanto jornalismo investigativo. É uma lacuna oficial sendo preenchida pelos órgãos de comunicação social. Simples assim.

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