Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

segunda-feira, 19 de março de 2012

APÓS MORTES, POLICIAMENTO É REFORÇADO NA ROCINHA

Após morte de três homens, PM reforça o policiamento na Rocinha. Favela está ocupada desde novembro. Polícia apreendeu drogas, armas e granadas. DUILO VICTOR, O GLOBO, 19/03/12 - 12h18

RIO - O Batalhão de Choque (BP Choque) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar reforçaram nesta segunda-feira o policiamento na Rocinha, onde três homens foram encontrados mortos a tiros no início da madrugada. Apesar da ocupação da favela, desde novembro, os PMs suspeitam que uma briga entre traficantes rivais causou as mortes. No local do crime, na Rua 2, homens do Grupamento Tático de Motociclistas do batalhão chegaram a uma casa arrombada que servia de abrigo para traficantes. No imóvel, foram apreendidos cinco pistolas, três granadas e 1.505 papelotes de cocaína. Em nota, a PM pede que a população faça denúncias pelo Disque-Denúncia (2253-1177) e pelo 190.

Os explosivos estavam preparados para detonação, o que tornou necessária a ação de homens do Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Civil para remover os artefatos. Foram encontrados também 254 balas de pistola calibre 9 mm, cadernos com anotações de venda de drogas e substâncias usadas para misturar à cocaína e aumentar seu valor comercial.

O material apreendido foi levado para a 14ª DP (Leblon), mas o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios. Durante a madrugada, agentes da unidade especializada estiveram na favela. Policias do Batalhão de Choque que participaram da ação contaram que o pai de uma das vítimas confirmou que seu filho era traficante e fazia parte de uma quadrilha rival a de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na favela preso há quatro meses quando tentava fugir de um cerco policial no porta-malas de um carro de passeio.

No Hospital Miguel Couto, na Gávea, um outro homem vindo da Rocinha deu entrada na emergência com ferimento a bala durante a madrugada, mas a polícia ainda não sabe dizer se o ferido era traficante.

Ocupada desde novembro pela Polícia Militar, a Rocinha, que ainda aguarda a instalação de uma sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), tem sido alvo de conflitos entre traficantes nas últimas semanas. Em 16 de fevereiro, uma disputa pelo poder decretou a morte de pelo menos dois homens. Um deles, Thiago Schimmer Cáceres, o Leão ou Pateta, substituto de Nem no comando do tráfico da favela foi morto na mesma Rua 2. Na ocasião, Rodrigo Tavares de Paula, o Rodrigo PQD, também foi morto.

Reportagem do jornal “Extra” publicada no último fim de semana mostrou que, mesmo estando ocupada, a favela da Rocinha continua sob forte influência do tráfico de drogas e amedronta a população, que passou a não mais colaborar com a polícia com informações. O delegado Fábio Barucke, da 15ª DP (Gávea) já investiga o aumento no número das bocas de fumo no local.

A explicação dada pela polícia é a de que traficantes estão usando o chamado tráfico “formiguinha” para movimentar os pontos de venda de drogas de forma itinerante. Segundo os moradores, as antigas bocas das ruas 1, 2 e do Valão continuam funcionando normalmente.

Antes da ocupação policial, traficantes transformaram a Rocinha e o Vidigal num entreposto de drogas, armas e munição de uma facção criminosa. Bandidos foragidos de outras favelas da Região Metropolitana ocupadas por UPPs teriam buscado refúgio na Rocinha e só na comunidade havia mais de 200 traficantes e 200 fuzis em poder da quadrilha. A Rocinha era estratégica para o tráfico por seu faturamento alto (os traficantes vendem drogas a um tipo de viciado que pode pagar mais caro) e sua localização, cercada de rochas e matas (o que amplia o número de rotas de fuga numa ação policial).

Nenhum comentário: