Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sábado, 24 de dezembro de 2011

O BRASIL QUE DÁ CERTO


EDITORIAL INTERATIVO - ZERO HORA 24/12/2011

O movimento da semana de Natal nas principais cidades do país – incluindo shoppings cheios de clientes, ruas congestionadas de veí-culos, trânsito intenso nas estradas, aeroportos lotados, atividade comercial atípica – retrata acima de tudo um Brasil que está dando certo em vários aspectos da vida nacional. Embora nosso país não esteja imune aos efeitos da crise global, que no momento se manifesta de forma mais acentuada na Europa, encaminhamo-nos para um final de ano com avanços que merecem ser reconhecidos nesta hora de celebração. Basta um olhar mais benevolente e menos crítico para constatarmos que o Brasil deste Natal de 2011 registra avanços promissores, entre os quais o pleno emprego, a participação efetiva no consumo de uma parcela da população que estava excluída, a inflação controlada, a vigilância ética dos cidadãos sobre seus representantes políticos, a oferta de escola para todas as crianças e a preocupação crescente da sociedade com a qualificação do ensino público.

Não se pode fechar os olhos para os problemas. O país cresceu menos do que o previsto e algumas conquistas que já pareciam asseguradas passam por turbulências merecedoras de atenção. Mas esses percalços são normais numa democracia, especialmente num país emergente que ainda não aplainou todos os caminhos para o seu desenvolvimento. O importante é que os obstáculos vêm sendo encarados como desafios pelas autoridades e pelos cidadãos. Enquanto nações historicamente estabilizadas tropeçam por conta de políticas administrativas e sociais equivocadas, o Brasil investe no seu próprio povo, distribuindo renda, apostando no consumo interno e olhando com atenção os gargalos de infraestrutura que ainda obstaculizam o seu crescimento.

Entre os desafios do futuro próximo, está o enfrentamento das principais apreensões da população brasileira, registradas em recente pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria ao Ibope. A consulta feita em todos os Estados da federação mostrou que saúde, impostos e segurança, nesta ordem, são hoje as principais preocupações dos cidadãos. As mazelas da saúde são bem conhecidas. Embora o país disponha de um sistema universal de atendimento, reconhecido como modelar nas nações em desenvolvimento porque oferece assistência gratuita para qualquer pessoa, incluindo consultas com especialistas, partos e exames laboratoriais, o que costuma ser destacado é o lado negativo, representado por hospitais superlotados, médicos mal pagos e pacientes sofrendo nas antessalas das emergências. Há muito, portanto, a corrigir. A questão tributária também preocupa porque os contribuintes brasileiros pagam muito e recebem pouco do Estado. Cidadania atenta, escolha criteriosa de governantes e vigilância permanente sobre o poder público tendem a atenuar esse problema. A falta de segurança, que nos humilha diante de países ricos e pobres que sofrem do mesmo mal, ainda parece um desafio para muitas décadas, mas algumas ações isoladas de autoridades estaduais vêm se mostrando promissoras – como a política de retomada de territórios dominados pelo tráfico no Rio de Janeiro.

Certamente não será o Papai Noel que nos trará de presente a solução de nossos problemas. Cada brasileiro é que precisa fazer a sua parte nesta empreitada para que possamos efetivamente alcançar um resultado coletivo de bem-estar e esperança. O Natal se presta para esta reflexão: se somos capazes de ser solidários, de celebrar os nossos melhores sentimentos com familiares e amigos, de movimentar o comércio e o trânsito no sentido da prosperidade, por que não seremos capazes de construir um país mais digno e desenvolvido?

O Brasil que dá certo não depende apenas de governantes, políticos e líderes empresariais. Depende de cada um de nós.

A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Você concorda que cada brasileiro tem o poder de melhorar um pouco mais o país?


O LEITOR CONCORDA

Sim, eu concordo. Aprendi, desde criança, que valores morais como honestidade, respeito ao próximo, solidariedade, lealdade e responsabilidade com aquilo que é do outro são indiscutíveis. Fazem e moldam o caráter de alguém. Não são bobagens e quem não os tem não pode ser considerado “esperto’’! Se cada brasileiro pensar e trabalhar pelo bem comum, creio que faremos uma nação evoluída moral e culturalmente. Marilena Turra, Blumenau (SC)

Para contribuir com um país melhor, não podemos, em primeiro lugar, terceirizar a responsabilidade dos nossos problemas. Historicamente, sempre tivemos uma resposta mágica para a questão: a culpa é do governo. Agora, portanto, já que o país está no caminho certo, precisamos fazer a nossa parte para acertar o rumo da vida e saber cobrar dos governantes o que for da responsabilidade deles. Elstor Hanzen, Novo Hamburgo (RS)

É claro e óbvio! Basta cada um “fazer a sua parte”, o que se traduz em abraçar a cidadania e adotar práticas de sustentabilidade. O impacto se dará na vida em sociedade, a começar pelas relações de vizinhança. Não basta reclamar do governo (ou da falta dele), é preciso ser um cidadão consciente de seus direitos e deveres. Todos sairão ganhando. Wander Dantas, São Paulo (SP)

Acredito. Tanto, que insisto todos os dias para o meu filho de oito anos que ele deve sempre fazer as coisas da maneira correta. Meus exemplos justificam as minhas exigências diárias. Miguel Noronha, Porto Alegre (RS)

Sim. Não podemos mais ficar esperando somente atitudes de nossos governantes, já que é fato que, se depender deles, o Brasil nunca melhorará de verdade. Quem deve tomar atitudes é o povo, unido, que pode ter muito mais força que pessoas que só pensam em si mesmas. Andreas Richter Weber, Porto Alegre (RS)


O LEITOR DISCORDA

Não acredito. A situação é tão complicada, que a cada dia vemos violência, droga... É muito difícil. Existem, sim, pessoas que dão um pouco mais para essa mudança, mas digamos que seja um grão de areia em um oceano. Acho que essa geração que está aí já está perdida. Quem sabe daqui a uns 50 anos... Quem viver verá. Gilmar Ramires, Jaguarão (RS)

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Concordo. Só o povo brasileiro, em especial a sociedade organizada e os representantes do povo instalados com mandato direito nos Poderes Executivo e Legislativo e indireto no Poder Judiciário podem transformar este país e garantir os direitos que cabe a todos num país que quer ser republicano e democrático. Só uma sociedade mobilizada pode exigir dos Poderes o compromisso de governar o país com harmonia, integração e respeito, dentro dos princípios da igualdade, humanidade e liberdade, elaborando leis sérias, aplicando-as de forma coativa e observando os princípios básicos da administração que impostos pela responsabilidade fiscal.

Já que é Natal e logo após vamos renovar o ano, desejaria um Brasil tratado com seriedade onde parlamentares adotassem postura moral e comprometida com as demandas de seus eleitores; onde os magistrados saíssem de seus casulos corporativos e aristocráticos e primassem na aplicação das leis com mais severidade e agilidade; onde as autoridades do Executivo se preocupassem mais com saúde, educação e segurança, valorizando seus agentes e investindo em recursos para fomentar o acesso e a garantia da vida, da cultura e da paz social do povo brasileiro; e onde sua nação levantasse do "berço esplêndido" para agregar civismo à cidadania em defesa de direitos, deveres e bem da pátria, mobilizando forças e espaços para exigir dos três primeiros um Brasil com governo soberano e dedicado ao seu povo.

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