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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

IMPUNIDADE - VÁRIAS VEZES PRESO E SOLTO, PICHADOR CAI DE PRÉDIO EM OUTRO ATO DE VANDALISMO


QUEDA NA MADRUGADA. Pichador despenca de prédio da Capital. Segundo BM, jovem de 20 anos foi flagrado 10 vezes em ações semelhantes - MARCELO GONZATTO

Um pichador despencou da fachada de um prédio, no bairro Rio Branco, na Capital, quando tentava rabiscar letras a uma altura de quase 20 metros. Ismael Francisco de Souza, 20 anos, caiu sobre a marquise do edifício e se encontrava internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) em estado regular até a noite de ontem. Ele já foi flagrado pela polícia pelo menos uma dezena de vezes pichando paredes da Capital nos últimos três anos.

Um veículo da Brigada Militar passava perto do número 1.376 da Avenida Osvaldo Aranha, às 3h de ontem, quando os policiais ouviram pedidos de ajuda. Sobre a marquise do prédio, um rapaz gritava de dor e pedia socorro. Conforme a ocorrência registrada pela BM, ele dizia que estava morrendo e tinha as pernas quebradas. Souza teria confessado aos policiais militares que estava pichando e, conforme o relato dos policiais, havia uma lata de spray junto dele.

O jovem subiu até o topo do prédio, de 12 andares, e começou a descer pela fachada agarrado ao cabo de aterramento do sistema de para-raios – que se estende da cobertura até o chão. Ele havia conseguido pintar seis letras – a última delas na altura do sexto andar –, quando perdeu o equilíbrio.

– O mesmo rapaz já havia pichado o prédio. Como faz uns três meses que refizemos toda a pintura, ele resolveu deixar a marca dele de novo. Mas, desta vez, se deu mal – comenta o zelador do edifício, Gerson Oliveira.

Não havia certeza sobre como ele conseguiu chegar ao topo do prédio. Para entrar na área do condomínio, conforme Oliveira, ele teria pulado do telhado de um imóvel vizinho, mais baixo. De lá, teria superado uma cerca elétrica e chegado à marquise. Uma das hipóteses é de que teria alcançado o 12º andar, agarrando-se ao mesmo cabo pelo qual tentava descer.

Restauradora considera que falta ação do poder público

A Brigada Militar registra pelo menos uma dezena de ocasiões em que Souza foi flagrado pichando. A primeira delas foi em 2008, quando foi detido sujando fachadas na Avenida Bento Gonçalves e, posteriormente, na Farrapos. Este ano, se repetiram pelo menos outros oito flagrantes. Como o crime é de menor potencial ofensivo, ele assina um termo circunstanciado e pode ser condenado a penas alternativas como serviço comunitário.

Conforme uma moradora, o edifício é visto como uma espécie de campo de disputa por vândalos da Capital.

– É alvo de uma disputa entre pichadores. Já haviam pintado na lateral, pelo telhado do vizinho, e também no topo – contou uma moradora.

Souza foi submetido a uma cirurgia no HPS e seu estado de saúde. Em outubro, outro jovem despencou de um edifício da Capital quando pichava.

Restauradora e autora do projeto e livro “SOS Monumento”, Alice Prati considera a segunda queda de um pichador em curto espaço de tempo um alerta. Para ela, a sociedade “está se rendendo” à ação desses jovens, e, principalmente, falta ao poder público vontade para coibir as ações.

– Esse rapaz já passou 10 vezes pelas autoridades. E sempre saiu para continuar pichando – afirma Alice.

Ela ressalta que a segunda queda mostra que os pichadores vêm aprimorando sua técnica. Sobem cada vez mais alto, diz Alice, mas, mesmo quando atuam mais próximos à rua, não sofrem qualquer censura.

– Como ele passou quatro horas quase na frente do Pronto Socorro sem ninguém ver? É uma evidência clara de passividade de todos – diz.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Enquanto perdurarem as lei brandas e uma justiça tolerante para atos de vandalismo, as pessoas não terão a garantia da incolumidade do patrimônio prevista na constituição brasileira. Esta na hora do Brasil rever suas leis e sua cultura nas questões de ordem pública para que os "ditos" pequenos crimes com o vandalismo não fiquem impunes e estimulando os grande crimes. Que diga a teoria das "Janelas Quebradas", conhecida por tolerância zero. Se os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo que governam o Estado não coíbem as pequenas infrações, jamais terão força e compromisso de combater os grandes e hediondos crimes.

Um comentário:

Sérgio disse...

Tenho um enorme prazer quando leio que um pichador caiu. Fico mais feliz ainda quando ele morre ou fica aleijado.