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terça-feira, 1 de novembro de 2011

A GUERRA DO RIO - DEPUTADO SE EXILA E BANDIDO CONTINUA SOLTO

Enquanto deputado deixa o país devido a ameaças, miliciano que pretendia matá-lo continua foragido - Marcos Nunes, EXTRA, 01/11/2011

Cercado de seguranças e andando em carros blindados, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) recebeu nos últimos dois meses dez ameaças de morte, a maioria descoberta por meio de informações passadas ao Disque-Denúncia (2253-1177). No mesmo período, o ex-cabo da PM Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, foi alvo de 60 denúncias anônimas, pelo mesmo serviço — uma delas, dando conta de que o miliciano receberia R$ 400 mil para assassinar o deputado, que presidiu a CPI das Milícias na Assembleia Legislativa. Mas enquanto o parlamentar está deixando nesta terça-feira o país com a família, devido aos riscos de ser morto, Carlão está fora da cadeia desde 3 de setembro, quando fugiu do Batalhão Especial Prisional (BEP).

Dos informes sobre Freixo, o governo informa apenas que foram investigados. Os contra Carlão foram todos enviados para órgãos da Secretaria de Segurança, segundo o Disque-Denúncia. Mas, até agora, não levaram à prisão do miliciano.

— Há uma necessidade de o poder público dar uma resposta mais eficaz. Até agora, sobre todas as ameças que recebi, não houve nenhum comunicado do governo sobre o procedimento de cada uma delas. Foram investigadas? Não foram? — pergunta Freixo.

Freixo vai acompanhado da família à Europa, para reunir-se com representantes da Anistia Internacional. Ele entregará um dossiê, que o aponta como sendo um homem marcado para morrer pela milícia. O deputado deverá voltar ao país ainda este mês.

— Na época da CPI, em 2008, eram 170 áreas dominadas pelas milícias. Hoje, são mais de 300. O poder delas é crescente, mesmo com as prisões — afirma Freixo.
Na semana passada, Freixo esteve com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para falar sobre sua segurança. Na ocasião, o ministro ofereceu ajuda ao governo do Rio, a quem caberia garantir a proteção do parlamentar. Segundo a assessoria do ministério, a pasta só poderia agir diante de um pedido do governo estadual. Em nota, o Ministério Público estadual informou ontem ter solicitado a Beltrame, no último dia 18, o aumento da segurança do parlamentar.

Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, já responde a 16 homicídios na Justiça e é citado em pelo menos duas denúncias como sendo o homem encarregado de matar Marcelo Freixo. Em uma delas, consta que comentou com profissionais do transporte alternativo, na Zona Oeste do Rio, que a morte do parlamentar é apenas uma questão de tempo.

A informação faz parte do ofício 227/2011, enviado pelo gabinete do deputado para o secretário de Segurança José Mariano Beltrame em 19 de outubro último. O comunicado ressalta que o miliciano Toni Angelo Aguiar, considerado foragido, também estaria envolvido no plano.

Mesmo atrás das grades, Carlão teve liberdade para dar uma festa de aniversário para o filho, em setembro do ano passado. Regada a uísque e energético, a comemoração reuniu amigos e parentes do miliciano.

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