Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

COLETE VETADO A CIVIS



SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI - ZERO HORA 08/11/2011

Parece incrível, mas proteção adequada contra os males da guerra urbana no Brasil é vetada a pessoas comuns. Não é permitida a venda de coletes balísticos de níveis III e IV (que suportam tiros de fuzil) no país, porque as Forças Armadas consideram esse um equipamento de uso restrito. Esse tipo de proteção só pode ser adquirido por Exército, Marinha, Aeronáutica, PM, Polícia Civil e Polícia Federal. E não basta ser agente: é preciso que a compra seja feita pela instituição, não pelo indivíduo que a ela pertence.

Quem confirma isso é o major Érico Flores, chefe do Centro de Material Bélico da Brigada Militar, homem que responde por todo o armamento da PM gaúcha.

Ou seja, mesmo que quisesse, o cinegrafista da Band TV Gelson Domingos da Silva – morto domingo com um tiro de fuzil que trespassou seu colete à prova de balas – não poderia estar usando um colete mais resistente, aquele que lhe salvaria a vida.

Diferentemente do que muita gente supõe, Domingos não é o primeiro da imprensa a ser atingido num tiroteio no Rio, embora seja o pioneiro a morrer nessa situação. Em 2005, a jornalista Nadja Haddad, também da Band, foi atingida por um tiro de fuzil no pulmão esquerdo, quando estava dentro do carro, numa reportagem no morro Dona Marta. Ela se recuperou, mas o trauma a fez largar a reportagem, tornando-se apresentadora. No ano passado, em tiroteio no Morro do Alemão, o fotógrafo Paulo Whitaker, da Agência Reuters, foi baleado num ombro por traficantes. Sobreviveu. Usava colete nível III e capacete de aço. Como, se a lei não permite? É que profissionais de agências internacionais compram o material no Exterior e o trazem para o Brasil. O bom senso recomenda: é mais do que hora de mudar essa legislação. Afinal, se o Rio vive uma guerra, os civis que lá atuam também têm direito a se proteger com o melhor que a indústria militar produz.

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