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terça-feira, 11 de outubro de 2011

MÁFIA ISRAELENSE - PLANO ERA IMPLANTAR JOGO ON-LINE

Banda larga. Plano de máfia israelense e bicheiros era implantar caça-níqueis on-line; quatro estrangeiros estão foragidos - O GLOBO, 10/10/2011 às 23h55m; Antônio Werneck

RIO - Quatro homens ligados à máfia israelense conhecida como Albergil Family, que estão foragidos, e contraventores do Rio planejavam implantar uma nova geração de máquinas caça-níqueis em banda larga. O plano, descoberto durante as investigações da Polícia Federal que resultaram sexta-feira na Operação Black Ops (expressão em inglês para operações clandestinas) , era proporcionar aos bicheiros um controle absoluto de cada máquina, mostrando em tempo real se o jogador está ganhando ou perdendo. Os israelenses suspeitos foram monitorados com a ajuda da polícia de Israel.

PF encontra fortuna em joias na fortaleza dos Escafura

Os quatro estrangeiros (um deles baseado na Flórida, nos EUA) fizeram pelo menos duas viagens ao Rio em um ano, mantendo contatos com sócios de Haylton Carlos Gomes Escafura, filho do banqueiro do jogo do bicho José Caruzzo Escafura, o Piruinha. Haylton, que é considerado foragido, não participava dos encontros, mas era informado de cada detalhe das negociações, segundo a PF. Depois das reuniões, placas eletrônicas passaram a ser contrabandeadas de uma empresa da Inglaterra.

A PF informou na segunda-feira que 11 pessoas - e não 13, como ela havia informado na sexta-feira - foram presas, 42 veículos foram apreendidos (sendo 20 no Rio) e cerca de R$ 440 mil (R$ 60 mil em cheques), recolhidos durante a operação. Parte do dinheiro foi encontrada em dois cofres apreendidos na fortaleza de apuração dos Escafura, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. Num dos cofres, os policiais encontraram quatro sacos cheios de joias. Uma delas, um grande anel de ouro, chamou a atenção. Também foram apreendidos nos cofres documentação da contravenção que agora passará por análise dos federais.

A PF também confirmou que o banqueiro do jogo do bicho José Caruzzo Escafura, o Piruinha, de 83 anos, está proibido de sair do país e terá de pagar R$ 100 mil de fiança, além de ter tido sequestrados todos os bens adquiridos desde 2006. Piruinha não teve a prisão decretada. Os policiais federais também procuram três sócios de Haylton em negócios de bingos e três outros sócios dele na revendedora de veículos de luxo Euro Imported Cars Veículos Ltda. Foi nessa revendora na Barra da Tijuca que os policiais federais recolheram vários carros importados irregularmente. A principal atividade da quadrilha, segundo a PF, era contrabandear automóveis de luxo.

Os jogadores de futebol Emerson, o Sheik, do Corinthians; Diguinho, do Fluminense; e Kleberson, do Atlético Paranaense, terão que se explicar porque compraram carros da quadrilha. O cantor Latino tem até esta terça-feira para apresentar seu Cadillac - também comprado na Euro - à Receita Federal. O artista teve um outro veículo apreendido no sábado: um Porsche Panamera 4, avaliado em R$ 340 mil. O carro não estava relacionado entre os 67 que tiveram a apreensão decretada pela Justiça, mas como foi comprado na Euro acabou apreendido. Segundo as investigações federais, a quadrilha vendia veículos com descontos de até R$ 150 mil. Em um ano, a quadrilha importou 103 carros de luxo.

Pedido feito pelo governo americano. Operação Black Ops: israelense teve extradição negada pelo STF em 2007 - O GLOBO, 08/10/2011 às 21h02m; Érica Magni.

RIO - Apontado como o chefe da quadrilha que contrabandeava carros importados de luxo para o Brasil e preso na sexta-feira durante a Operação Black Ops , o israelense El Al Yoran já havia sido detido no Rio em 2007, mas foi solto no mesmo ano, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). À época, a Corte negou um pedido de extradição feito pelo governo americano. Al Yoran - que é tido como um dos maiores traficantes de ecstasy dos Estados Unidos - era acusado na Califórnia de "conspiração com formação de quadrilha para extorsão; conspiração para extorsão; cobrança de crédito por meios extorsivos e interferência no comércio com ameaça de violência".

Ministro: falta de reciprocidade em convenção

Na época, o governo dos Estados Unidos formalizou o pedido com base no Tratado de Extradição firmado com o Brasil e na Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional. O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo no STF, encontrou falhas nas acusações contra Al Yoran, que não possuíam correspondência no Código Penal brasileiro.

Ainda segundo o relator, a Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional não poderia ser acolhida porque não havia promessa de reciprocidade dos Estados Unidos que desse a "certeza do Estado brasileiro de que, em situações semelhantes, será dado tratamento paritário pelo Estado norte-americano".

A Polícia Federal, que vinha investigando o acúmulo de bens do israelense desde 2009, optou por mantê-lo sob vigilância, a fim de obter provas para prender a quadrilha contrabandista de carros luxuosos. Ainda segundo a PF, estes carros importados para o Brasil vinham da Europa, Ásia e América Latina.

Caso seja condenado, é possível que Al Yoran cumpra pena no Brasil, por responder processos por contrabando, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, formação de quadrilha e evasão de divisas.

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