Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

NINGUÉM RESPEITA MAIS NADA


BEATRIZ FAGUNDES, REDE PAMPA, O SUL, 25/08/2011 - Ninguém respeita mais nada, é o salve-se quem puder

Já afirmei aqui que vivemos no Reino do Não Dá Nada! E suspeito de que essa triste realidade é a mãe de todas as tragédias: corrupção, tráfico de drogas, acidentes de trânsito, assassinatos por motivos fúteis etc

Hoje é o dia destinado a comemorar e enaltecer o Soldado! Cresci em uma família militar e vivi a grata experiência de acompanhar durante décadas o orgulho das famílias quando seus adolescentes eram integrados às fileiras do Exército para a honrosa missão de servir a Pátria. No golpe militar de 1964 meu pai foi preso e, a seguir, expulso, acusado de pertencer ao "grupo dos onze". A tragédia que aquele fato provocou na minha família nunca diminuiu o respeito e a admiração à farda que tinha na infância vivida, em parte, nas dependências do 19 Regimento de Infantaria em São Leopoldo. Nem mesmo os atos praticados pelo regime conseguiram destruir a imagem positiva das Forças Armadas, a qual me acompanha ainda hoje.

Lamentavelmente devo admitir que assim como tantos ídolos e sonhos que venho perdendo ao longo do caminho, o Exército Brasileiro igualmente está perdendo espaço nos quesitos honra e credibilidade. Explico melhor: amanhã, dia 26, estará completando 90 dias do sinistro o criminoso caso do jovem de 19 anos estuprado por quatro colegas, com requintes, de crueldade, e violência extrema nas dependências de um quartel na cidade de Santa Maria e pasmem, para nosso desencanto e decepção até agora os culpados ainda não foram entregues a Justiça comum. Sequer temos conhecimento sobre o Inquérito Militar que, dizem (?), foi instaurado para identificar os criminosos fardados.

Uma cortina de silêncio foi baixada na tentativa de esconder da sociedade o caso escabroso. Por quê? Como pode um General do Exército Brasileiro, sabedor de um crime hediondo cometido de forma vil, covarde e fútil nas dependências de um quartel, manter o caso em um silêncio inexplicável? Confesso, profundamente triste, que não tenho nenhum motivo para comemorar o Dia do Soldado. O Gen. Lima e Silva jamais manteria covardes protegidos pelo anonimato!

Já afirmei aqui que vivemos no Reino do Não Dá Nada! E suspeito de que essa triste realidade é a mãe de todas as tragédias: corrupção, tráfico de drogas, acidentes de trânsito, assassinatos por motivos fúteis etc. Agora temos arrastões produzidos por bandos de crianças além daqueles denominados sociopatas adolescentes que antes dos 15 anos já carregam alguns cadáveres no currículo.

Ninguém respeita mais nada, é o salve-se quem puder. Tenho alertado sobre o uso de som estridente em ambientes coletivos - especialmente ônibus. A praga de superequipamentos de som que perturbam violentamente a coletividade vem se espraiando de forma insidiosa sem qualquer atitude por parte das autoridades. É bem provável que qualquer caso que chegue a uma delegacia seja tratado como de "menor poder ofensivo" e os protagonistas sejam mandados para casa com um tapinha nas costas. Pois agora já temos um cadáver para ilustrar o potencial de crise produzido por um som em altíssimo volume. O delegado Eduardo Moraes, titular da Segunda Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, afirmou que o homem suspeito de matar uma mulher após arremessar uma pedra após a vítima reclamar do volume do som do carro que estava parado em frente à sua residência, no bairro Capão da Cruz, será indiciado por homicídio qualificado

Vou deixar aqui registrada uma profecia: dentro de pouco tempo teremos uma ou mais mortes produzidas durante discussões em coletivos, motivadas por equipamentos de som com músicas insuportáveis. Profetizo também que no dia seguinte o prefeito chamará a imprensa para afirmar que tomará providências radicais para o cumprimento do Código de Postura do Município. Precisamos apenas de um cadáver, ou dois. A conferir!

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