Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sábado, 23 de julho de 2011

SANEAR O SISTEMA

O sistema capitalista, ao contrário do que supõe o senso comum, é baseado em valores e entra rapidamente em colapso quando estes deixam de ser observados. O capitalismo é, historicamente, uma reação aos privilégios e aos direitos hereditários dos nobres e de algumas castas. Ele se legitima pela competição livre e sem favorecimentos.

Quando a competição não é justa, mas desequilibrada por fatores estranhos à competência e ao mérito dos competidores, as desigualdades se tornam simplesmente insuportáveis e o regime perde sua legitimidade. A ação governamental, socorrendo os que vão mal ou favorecendo aqueles que, a priori, não têm outra qualidade senão a proximidade com os círculos do poder, rompe com os fundamentos morais que sustentam o capitalismo.

É o que ocorreu nos Estados Unidos com a ação que salvou empresas quebradas através do aporte de bilhões de dólares e o que acontece no Brasil, em que o governo atua escolhendo os “campeões” da economia, transformando-os em verdadeiros monopolistas em seus setores de atuação. Não se trata somente disso: políticos poderosos e seus familiares construindo grandes negócios em curto espaço de tempo também constituem graves ofensas aos valores que estão na base do funcionamento justo e saudável do mercado.

Quem vive na planície sabe que as coisas não acontecem deste modo. O Brasil precisa urgentemente de novos empreendedores capazes de gerar empregos, pois temos uma população jovem que em seguida se tornará economicamente ativa e carecerá de trabalho. Novos cargos públicos não serão suficientes, por mais que os governos insistam em criá-los. Mas não estimularemos o empreendedorismo enquanto o nosso capitalismo estiver viciado pela ação parcial e manipuladora do governo.

Assim como atividade política se tornou malvista, também há o risco de que aqueles que desejam ganhar a vida pelo próprio mérito queiram distância da atividade empresarial. O saneamento mais importante a ser feito não é o da recuperação de empresas, nem tampouco a injeção de recursos no mercado para que ele volte a funcionar a pleno, mas a recuperação dos reais valores que regem a economia de mercado. O capitalismo é o melhor dos sistemas, mas se transforma no pior quando a competição não é justa ou seus resultados já estão definidos de antemão.

SERGIO LEWIN, VICE-PRESIDENTE E COORDENADOR DA DIVISÃO DE ECONOMIA E NOVOS NEGÓCIOS DA FEDERASUL - ZERO HORA 23/07/2011

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