Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A LINGUAGEM, O DISCURSO E A VIOLÊNCIA

Franklin Cunha, médico, Zero Hora 11/07/2011

Na Associação Primo Levi de Paris, em recente reunião o tema principal debatido foi sobre as relações entre a linguagem e a violência. A tônica do debate foi de como a linguagem e o discurso produzem seus efeitos sobre a subjetividade de todas as classes sociais. Como ser falante, o homem cria e transforma seu mundo. Ao se considerar o fato de que a história da humanidade é marcada pela repetição de guerras e conflitos sociais violentos, surge a pergunta sobre o papel exercido pela linguagem na eclosão da violência. Todos os povos usaram e usam o recurso da linguagem como o espaço simbólico que organiza o discurso e estabelece os laços entre os seres falantes. Este discurso, por sua vez, veicula os valores, os referenciais éticos, ideológicos e econômicos da vida social coletiva. Então, a sociedade atual que transforma em ideologia o discurso, o qual valoriza a competição, os interesses pessoais, de categorias profissionais, de corporações, produz inevitavelmente várias formas de exclusões sociais, culturais, econômicas e psicológicas. Este panorama é que explica e justifica toda a forma de violência.

E, nas tentativas constantes de eliminar a violência nas relações pessoais, três argumentos são sempre invocados: o de que a educação por si só resolveria o problema e de que a repressão associada a ela, eliminaria os casos restantes. O terceiro é que a violência, afinal, não é uma situação com fortes conotações políticas e econômicas, mas de origens neuronais e psicológicas como se a frenologia lombrosiana ainda vigorasse nas ciências do cérebro humano. E nos surpreende que estas são ideias não somente veiculadas pelos detentores dos poderes econômicos, legislativos, de certos magistrados, dos meios de comunicação, como também dentro da própria universidade.

Mas o que não nos surpreende é que os justos e permanentes anseios da classe média a respeito da honestidade e transparência na atuação dos poderes do Estado são encampados pelas classes dominantes que, através da posse real e domínio da mídia, dominam o discurso moralizador e ao mesmo tempo se apossam do erário para seus rendosos negócios.

E este tipo de violência é escassamente citado nos discursos dos meios de comunicação, embora seja a maior das violências imperantes dentro de nosso tecido social.

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