Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

TEMPO DE EVOLUIR

Ronald Sanson Stresser Junior - 14/06/2011 - O GLOBO

Lendo a íntegra da carta escrita pelo grupo hacker Anonymous em resposta ao texto em que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) fala sobre como a "revolução de informação atualmente em curso apresenta uma série de desafios políticos, culturais, econômicos e de até de segurança nacional", agora entendo porque até o Vaticano entrou na defesa dos hackers, quando a revista quinzenal Civiltà Cattolica - editada por padres jesuítas desde 1850 e publicação semioficial do Vaticano - dedicou parte de uma edição recente para elogiar a "cultura hacker", open source e wikis.

O artigo do padre Antonio Spadaro diz que aqueles que estão dedicados à codificação, modificação de hardware e geração de conhecimento estão "em uma missão de Deus".

Eles são a voz do povo e a voz do povo é a voz de Deus. O padre jesuíta lembra em seu artigo da máxima de que "hackers constroem coisas e crackers as destroem" para estabelecer paralelos entre a ética hacker e os ensinamentos cristãos. "A filosofia hacker é descontraída, mas comprometida, estimula a criatividade e ao compartilhamento, opondo-se aos modelos de controle, concorrência e propriedade privada", observa.

As pessoas se assustam porque fazem em suas cabeças uma confusão entre hackers, crackers, estelionatários digitais, redes de pedófilos etc. Na verdade, os hackers são apenas populares, com conhecimentos avançados de tecnologia, que usam a rede para fazer o que dizem em seu manifesto. A sociedade conectada está invertendo a pirâmide e hoje quem manda somos nós, cidadãos e cidadãs da aldeia global, todos conectados em rede. O povo manda! Vivemos uma revolução (social) dentro da revolução (tecnológica) e se a Revolução Industrial escravizou, a Revolução Tecnológica está libertando.

Vivemos na era da informação e do conhecimento, as mudanças estão acontecendo e não há como adiar, o momento é agora. Está na hora de esquecermos estruturas de poder falidas, sistemas financeiros injustos e qualquer forma de poder obscura que não traga em si o verdadeiro espírito da democracia e da liberdade. Vamos esquecer preconceitos, romper com velhos paradigmas e promover a mudança, de dentro para fora, partindo de cada um para todos e de todos para um.

Particularmente, acho que o ciberativismo é mais eficiente que o hackerativismo, pois o primeiro é uma forma legítima de manifestação democrática da liberdade de expressão, pura militância política, só que na versão 2.0, enquanto o segundo usa métodos pouco ortodoxos, parecidos até com os que, alegam eles, usam os alvos de suas ações.

Acredito na política e no poder de reforma e renovação através do voto e vejo a guerra e o terrorismo como heranças malditas de milênios passados. Não tem que invadir sistema ou propriedade alheia pra chamar atenção. Podemos sim dedicar, regularmente, apenas um pouco de nosso tempo para compartilhar informação, ideias, propostas, fazer debates em rede para assim promover estas mudanças que todos queremos. Como acontece aqui mesmo, nos comentários das matérias do GLOBO, onde o povo solta o verbo.

Devemos aprender juntos como usar a tecnologia para promover as mudanças que queremos e precisamos, sem agressão, usando o conhecimento, a informação, a resistência não violenta, a transparência e a verdade como ferramentas. A internet é apenas o meio, não é uma arma, é uma ferramenta. É tempo de evoluir!

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