Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A TEIA DO CRIME ORGANIZADO


Recebi o livro do Capitão José Ivan Scehvalin da PMSC que no ano passado esteve fazendo uma palestra aqui em Porto Alegre mostrando sua visão a respeito da Guerra do Rio, já que fazia parte da Força Nacional de Segurança Pública nos enfrentamentos, junto com o BOPE, contra o tráfico nas favelas. Nesta palestra, abriu o coração e mente para terror de muitos que estavam na platéia, pois a realidade no front é caótica e sangrenta. Gostei da sua impetuosidade, clareza e transparência nas questões apresentadas e nas respostas dadas, mostrando o lado crúel e antisocial da guerra vivida pelos cariocas. Naquele dia, disse que estava escrevendo um livro sobre sua experiência.

Li o livro. Não, devorei um conteúdo rico em realidade pura, transmitido com qualidade e sentimento. A "guerra civil não delcarada" é colocada na forma como ela é e plena de experiências boas e más, alegres e de sofrimento pessoal e corporativo. Ele constrói seu texto descrevendo a situação, os desafios, as condições e o medo dos integrantes das Força Nacional, superados pela coragem, determinação e esperança de dever cumprido.

Os relatos do Front são reveladores. A "ratolândia" mostra o descaso dos governantes diante do imediatismo, a insegurança dos meios revela a desvalorização da vida dos policiais. A existência de "duas policiais" - a do arrego e a do CDF - acabam com a integração e ocnfiança dentro de uma mesma corporação. O descrédito no Estado e a influência do poder paralelo é visível diante do terror que impõe nas empresas locais e nas comunidades, ditando leis e postura. O "Manual de Procedimentos do FN" é um código para militares que ocupam território inimigo numa guerra onde até o Exército se adapta substituindo o FAL por cal 12, para não serem alvos do crime. Entrar nestes territórios é como adentrar num quartel militar de alta segurança ou em outro país de acesso controlado.

O descaso do Estado para quem se dispõe a defender o seu povo é tamanho que os policiais da FN tinham que fazer arrecadação entre sí para melhorar as condições das instalações e alimentação. A disciplina e a hierarquia devem ser espartana para manter a ordem, a missão, a comunicação e a preservação da vida dos agentes.

Eeste é início, mas tem muito mais e postaremos aqui.

RECOMENDO. COMPREM!









COMENTÁRIO DA EDITORA CONCEITO EDITORIAL - AUTOR: SCHELAVIN, JOSÉ IVAN, ANO: 2011

O autor constrói em seu texto, habilmente, um quadro muito rico de informações e dados sobre as origens, a evolução e a caracterização das facções criminosas, especialmente, na cidade do Rio de Janeiro. Consegue, assim, demonstrar ao leitor um retrato verdadeiro dos fenômenos criminógenos que avançam sobre esferas de poder paralelo, assim como o seu peculiar com organizações criminosas de outras partes do mundo, como a máfia italiana e a yakusa japonesa, é possível identificar aspectos comuns e nuances curiosas, prevalecendo, contudo, a certeza de que seja em áreas conflagradas ou em comunidades vitimizadas, é a ausência de Estado que desnuda a cidadania e degrada a qualidade de vida. Enriquecido pelo diálogo com questões de fundo doutrinário e de viés sociológico, este livro talvez seja único pelo fato de abordar, de forma pioneira, o conjunto de medidas aplicadas pela segurança pública do Estado do Rio de Janeiro para o enfrentamento do crime organizado no Complexo de Favelas do Alemão, com olhar atento para o ineditismo da integração operacional das forças estaduais com as Forças federais, a utilização de blindados em apoio às operações de incursão, a formatação e a consolidação do modelo de força de ocupação, os impactos políticos, econômicos e sociais refletidos na mídia e na sociedade.

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