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segunda-feira, 30 de maio de 2011

EXPLOSIVOS VENDIDOS A CÉU ABERTO



MUNIÇÃO AO CRIME. Explosivos vendidos a céu aberto. No Paraguai e no interior do Estado, prolifera o comércio ilegal de artefatos utilizados para ataques a agências bancárias - CID MARTINS E FÁBIO ALMEIDA, ZERO HORA 30/05/2011

Na medida em que aumenta a vigilância da polícia ao roubo a empresas e pedreiras, cresce a venda no mercado ilegal dos explosivos utilizados por quadrilhas especializadas em ataques a agências bancárias. O comércio clandestino foi flagrado na região noroeste do Estado, e, em plena rua, em Ciudad del Leste, no Paraguai.

Durante três semanas, a reportagem da RBS TV e da Rádio Gaúcha percorreu a rota do contrabando de explosivos. Em Ciudad del Este, cidade paraguaia vizinha à brasileira Foz do Iguaçu, a reportagem negociou a compra de explosivos (emulsão de nitrato de amônia) com três camelôs, usados como intermediários.

O negócio é feito em ruas movimentadas ou em praça pública. Foram solicitadas apenas duas bananas de explosivos, mas chegaram a oferecer uma caixa com 25 quilos de artefatos, espoleta (reagente químico que detona o explosivo) e cordel. Os camelôs ainda oferecem motoqueiros para transportar a mercadoria do Paraguai ao Brasil. Bastaria pagar entre R$ 20 e R$ 50. Ao serem perguntados se muitos brasileiros compram esses artefatos, eles respondem que sim. Depois de acertada a negociação, a reportagem desistiu das compras.

Em Ametista do Sul, cidade do noroeste gaúcho de extração de pedras semipreciosas, a reportagem negociou material desviado com um homem que se apresentou como blaster – profissional especializado em detonação. Há cerca de mil deles registrados no Estado. Em um primeiro momento, ele perguntou se a equipe tinha certificado de registro para adquirir os materiais. A negativa não foi empecilho para a venda clandestina. O suposto blaster disse que ele mesmo retirou o registro dos produtos para que não houvesse identificação.

– Se colocar embaixo de um caixa eletrônico, explode tudo – destaca.

A reportagem negociou R$ 1 mil em explosivos, mas não efetuou a compra. Outro blaster, que pediu para não ser identificado, conta que as ofertas de criminosos pelo produto chegam a ser 20 vezes maiores do que o salário pago por empresas autorizadas. É comum também que esses profissionais ensinem como utilizar o explosivo.

– Esses bandidos e camelôs não têm tanto conhecimento e não sabem do risco que é esta emulsão. Você bota num carro uma banana e aciona e você não vai saber que marca é o carro. No mercado paralelo isso é muito valioso. Vale mais que ouro – conta.

Depois do RS, crime migra a outros Estados

Além do contrabando, o furto de carregamentos de explosivos preocupa autoridades. Segundo o Exército, o crime aumentou 170% no ano passado em relação a 2009 no Brasil. Foi levada cerca de 1,06 tonelada. Deste total, 373 quilos foram furtados em cinco municípios gaúchos.

De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2011, quatro quadrilhas foram desmanteladas e 12 suspeitos foram presos por ações com explosivos. Antes disso, haviam ocorrido 13 ataques no Rio Grande do Sul. Agora, o crime se prolifera para Estados como Paraná e São Paulo. Somente a agências do Banco do Brasil, o mais presente em municípios pequenos, foram 52 ataques com explosivos em todo o país em 2010, contra três em 2009.

Em São Paulo, o Deic investiga a participação de 26 policiais militares em quadrilha que ataca com explosivos. Três PMs foram presos, no sábado, ao tentar roubar uma agência na zona sul da capital paulista – dois em flagrante e um por acobertar a ação.

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