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sábado, 12 de fevereiro de 2011

A REDE - PM, PRIMO DE TRAFICANTE, ERA AGENTE DUPLO

12/02/2011 às 00h25m; O Globo

RIO - As investigações da PF revelam que os policiais civis e militares usavam frequentemente informantes para chegar aos depósitos de armas e drogas de traficantes. Um dos grupos identificados pela PF, por exemplo, tinha entre os chefes o PM Carlos Eduardo dos Santos Nepomuceno, o Edu, primo do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. O grupo tinha informações privilegiadas sobre o Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro. O PM, que estava de licença na época da operação, foi à favela em busca de dinheiro, armas, drogas e joias dos bandidos expulsos.

Numa das interceptações telefônicas feita pela PF, Edu e o PM Ivan Jorge Evangelista de Araújo trocam informações sobre a existência de um esconderijo, onde estaria parte do dinheiro do tráfico. O grupo, segundo a PF, promoveu uma verdadeira devassa no Complexo do Alemão, com a apropriação ilegal de bens que pertenciam a traficantes. Vários diálogos gravados durante a tomada do complexo serviram para fundamentar os 45 pedidos de prisão assinados pelo coordenador da 1 Central de Inquéritos do Ministério Público Estadual, promotor Homero das Neves.

Numa gravação, o PM Floriano Jorge Evangelista de Araújo, o Xexa, fala com o PM Edu:

- É amigo, espólio de guerra, tá todo mundo dentro.

Edu, então, responde em tom de ironia.

- Cumpade, te dou uma vantagem aí, valeu, espoliozinho de guerra lá. Eu te ajudo aí - disse ele, referindo-se a descoberta de sete pares de tênis importados na casa de um dos chefes do tráfico na região.
PM era disputado por mais de uma quadrilha

O relatório da PF ressalta que o áudio deixa claro o "intento criminoso" dos PMs, que teriam inclusive usado uma patrulha para transportar parte do material levado ilegalmente da região. O que é tratado pelos investigadores da PF como "aptidão voraz da equipe do PM Xexa, para prática da apropriação do espólio de guerra."

O fato de o PM Edu ter tido acesso a informações privilegiadas sobre a localização de bens de traficantes do Complexo do Alemão - armas, munições, drogas, dinheiro, joias e outros objetos de valor - levou o policial a ser disputado por integrantes de outras duas quadrilhas.

Numa das gravações, o informante Wellington Araújo pede para Edu ajudá-lo a encontrar um depósito de drogas e se propõe a entregar um percentual do material caso fosse encontrado.

O grupo formado por Evangelista, Edu, Xexa e outros dois PMs e três informantes também atuava como informante para o traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol. Numa das escutas, Evangelista aparece cobrando R$ 20 mil ao traficante para informá-lo sobre ações policiais no Complexo de São Carlos, recentemente ocupado.

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