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sábado, 27 de novembro de 2010

ULTIMATO - Comandante da PM dá ultimato aos bandidos e pede que moradores se recolham

Comandante da PM pede que moradores do Complexo do Alemão fiquem em casa - 27/11/2010 às 11h47m; Ana Cláudia Costa e Luiz Ernesto Magalhães - O Globo e TV Globo


RIO - O comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, deu um ultimato aos traficantes do Complexo do Alemão para que se entreguem e baixem as armas. Segundo ele a polícia não voltará atrás na operação e tem equipamentos suficientes para entrar no Complexo do Alemão para tomar o território. Mário Sérgio alertou os moradores da área: pediu que eles não saiam de casa e procurem se abrigar no momento em que a polícia entrar na comunidade.

- A população de bem, nós queremos protegê-los, sem causar danos. Pedimos para a população se manter abrigada e não sair nas ruas. Quem transitar nas ruas e vielas vai ficar sob o risco de fogo - disse o comandante.

De acordo com o balanço divulgado pela PM, desde o início da semana, 74 pessoas foram presas, 123 detidas e 35 mortas. Foram apreendidos 46 revólveres e 11 fuzis.

Mulher presa com 30 mil dólares na mochila

Uma mulher ainda não identificada foi presa pelos militares do Exército - que revistam todos os pedestres que deixam o Complexo do Alemão - com cerca de US$ 30 mil na mochila. O dinheiro e a mulher foram entregues à Polícia Militar e encaminhados à delegacia. Os militares também revistam carros e até crianças. No momento, não há confrontos na região. O comércio na Penha está aberto, e o clima é de aparente tranquilidade. No início da manhã, traficantes trocaram tiros com militares. Segundo imagens divulgadas pela TV Globo, o tiroteio ocorreu na Avenida Itararé, em Ramos.

No fim da madrugada, dois homens e um menor ligados ao tráfico foram presos ao tentar deixar o Complexo do Alemão. Ricardo Severo, de 31 anos, o Faustão, e Tássio Fernandes Faustinho, o Branquinho, de 26 anos, foram detidos por volta das 4h na Rua Canitá. Segundo a Polícia, eles desobedeceram a ordem de parar num bloqueio do Exército e da Polícia Militar. Houve confronto. Branquinho foi baleado na coxa e Faustão, na barriga. Os dois foram atendidos no Hospital Getúlio Vargas. A Polícia informou que Branquinho era o contador do tráfico, o segundo homem na escala hierárquica do bando. Já Faustão seria o braço direito Fabiano Atanásio, o FB.

Tássio é suspeito de ter participado da tentativa de invasão ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, em outubro do ano passado. A ação terminou com a queda de um helicóptero da PM e provocou a morte de três PMs.

Desde sexta-feira, 800 homens do Exército reforçam o patrulhamento na área. Após a ocupação da Vila Cruzeiro pela Polícia Militar, na quinta-feira, mais de cem criminosos fugiram para o Complexo do Alemão.

Pelo menos três militares e seis civis ficaram feridos, na sexta-feira, na região do Alemão. Entre as vítimas, havia uma criança de dois anos, atingida por um tiro de fuzil no braço esquerdo, dentro de casa. Ela foi atendida no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e liberada. O fotógrafo Paulo Whitaker, da agência de notícias Reuters, também foi baleado no ombro.

O traficante apontado como um dos chefes do tráfico de drogas no Alemão morreu. Outras duas pessoas também morreram durante os confrontos na região, segundo a Polícia Civil. Em um balanço da Polícia Militar, já são 35 os mortos nos confrontos entre policiais e traficantes na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão desde segunda até esta sexta-feira.

Fuzileiro Naval é espancado por traficantes em Costa Barros

O recruta Natan da Silva Lima, 19 anos, do corpo de Fuzileiros Navais, chegou ferido na 39ª DP (Pavuna) na madrugada deste sábado, alegando ter sido agredido após um assalto. Segundo a polícia, o amigo do militar, identificado como João Vitor Vieira Nascimento, teria desmentido a versão do colega. Segundo ele, Natan foi espancado por traficantes do Morro do Chapadão, em Costa Barros.

De acordo com João Vitor, o militar teria ido ao morro comprar drogas, mas os bandidos descobriram a identidade do fuzileiro. Os dois abandonaram a moto no local e fugiram. A motocicleta foi recuperada pela polícia, e os dois levados para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes.

Polícia Civil faz megaoperação para desmantelar quadrilha formada por parentes de traficantes - O Globo, 27/11/2010; Vera Araújo


RIO - A Polícia Civil faz na manhã deste sábado uma megaoperação para desmantelar a quadrilha formada por familiares de traficantes que ordenaram os ataques no Rio, nesta semana. A 34ª Vara Criminal expediu sete mandados de busca e apreensão e nove de prisão contra parentes de quatro traficantes que teriam orquestrados os ataques: Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP; Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco; Alexander Mendes da Silva, o Polegar; e Márcio Batista dos Santos, o Dinho Porquinho. A primeira a ser presa foi Viviane Sampaio, mulher de Polegar, acusada de lavagem de dinheiro. Três mandados foram expedidos também contra advogados acusados de levar informações do tráfico.

Na sexta-feira, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 1ª Vara Criminal de Bangu, já havia decretado a prisão preventiva dos advogados dos traficantes Marcinho VP e Elias Maluco , responsável pela morte do jornalista Tim Lopes. Além dos advogados Flavia Pinheiro Fróes e Luiz Fernando Costa, também foram decretadas as prisões de Márcia Gama dos Santos Nepomuceno, mulher de Marcinho VP, que foi presa na sexta-feira -, e de Beatriz da Silva Costa de Souza, que segundo denúncia do Ministério Público seria amante de Marcinho.

As ações policiais acontecem na capital e em municípios vizinhos contra parentes, contadores e laranjas que trabalham para a quadrilha dos traficantes. A Justiça decretou também o sequestro de todos os bens que estão em nome dos parentes e de laranjas dos acusados de fazer a lavagem do dinheiro do tráfico de drogas. As operações ocorrem nas zonas sul e Norte do Rio, em Niterói e em São Gonçalo.

A polícia decidiu apertar o cerco no Complexo do Alemão e também aos familiares como forma de cessar a onda de ataques.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O toque de recolher previne que moradores venham a ser feridos na ação de contenção que será efetivada contra os traficantes que estão instalados no complexo. E a entrada da justiça no conflito é essencial para a continuidade dos esforços policiais e das forças armadas.

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