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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O GLAMOUR DOS CHEFES DO TRÁFICO

Crianças brincam na piscina do Chefão do tráfico após a ação policial.

O glamour abandonado. Piscinas personalizadas e móveis de luxo dão a dimensão do estilo de vida dos bandidos - RODRIGO MÜZELL | Enviado Especial/Rio, Zero Hora, 29/11/2010

No terraço da casa, uma piscina com a inicial do traficante e uma churrasqueira com azulejos que imitam o calçadão de Copacabana, além da vista panorâmica para belos morros do Rio e para o Estádio Engenhão.

A casa do traficante Gão, descoberta vazia pelos policiais no Complexo do Alemão, foi um dos resultados da ocupação do reduto criminoso na zona norte carioca. Luxo e ostentação, comparados com a simplicidade da vizinhança, estiveram visíveis em outra casa de luxo, a de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, chefe do tráfico no Morro do Alemão.

O imóvel de quatro andares, todo com piso de porcelanato e equipado com aparelhos de ar-condicionado e TVs de LCD nos cômodos, também contava com piscina e banheira de hidromassagem.

Mais pompa e exibicionismo eram visíveis na cozinha – equipada com eletrodomésticos em aço escovado, mesas com tampo de vidro e passa-pratos giratórios – e na sala, decorada com teto rebaixado e luzes indiretas.

O quarto preparado para os filhos do traficante tinha um painel do cantor Justin Bieber, ídolo pop adolescente. De acordo com a polícia, antes de deixar o local, o traficante quebrou parte do teto e paredes. Segundo os agentes, a desconfiança é que houvesse drogas, armas e dinheiro escondidos.

Mais do que expor o modo de vida dos barões do tráfico, a tarde no Complexo do Alemão foi de mostrar os resultados do maior golpe no tráfico da história do Rio. Até o fim da noite de ontem, toneladas de drogas e dezenas de armas de vários calibres, incluindo morteiros e modernos fuzis de assalto, tinham sido apreendidas.

Jornalistas com câmeras profissionais e moradores com celulares se acotovelavam para registrar a chegada de camburões abarrotados do butim resultante da guerra ao tráfico.

– Isso aqui dava para garantir meses de armas novas para a gente. Era só levar, registrar e passar para as tropas – disse um dos policiais que fazia a operação na comunidade de Nova Brasília, morro comandado por Gão.

Policiais militares subiram as vielas de Nova Brasília com cautela, sempre em grupos. Vistoriaram com fuzil e pistola cada esquina e janela aberta e pediram explicações a cada comportamento suspeito dos moradores.

Ao cruzar a porta estreita da casa de Gão, quase imperceptível na viela, os PMs encontraram oito colegas que já reuniam sobre uma das mesas da casa cerca de cem quilos de maconha, 15 quilos de cocaína, rifles de assalto, submetralhadoras, morteiros e granadas.

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