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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A GUERRA DO RIO RECEBE REFORÇO MILITAR


REFORÇO MILITAR. Após Marinha, a vez do Exército. No dia em que fuzileiros navais deram apoio a ação no Rio, envio de 800 homens foi autorizado - ZERO HORA, 26/11/2010

Depois de contar ontem com o auxílio dos fuzileiros navais da Marinha, a Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro recebeu a notícia de que o Exército também ajudará no conflito contra os traficantes cariocas.

Na noite de ontem, o Ministério da Defesa anunciou o envio de 800 militares para auxiliar no combate à onda de violência na capital do Estado e regiões vizinhas.

A PM contou ontem com 13 blindados e 52 fuzileiros da Marinha na operação contra o tráfico na Vila Cruzeiro, no Rio. Depois do sucesso da ação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou o reforço do Exército. O embarque dos militares deve ser imediato.

Além das tropas, serão enviado ao Rio dois helicópteros da Força Aérea, 10 blindados de transporte, equipamentos de comunicação entre aeronaves e tropas em solo e óculos para visão noturna, entre outros.

Segundo o documento assinado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, os soldados serão “utilizados na proteção de perímetro de áreas conflagradas a serem tomadas pelas forças estaduais e pela Polícia Federal”.

O reforço do Exército ocorre horas depois de críticas contra a força feitas pelo secretário da Segurança do Rio, José Maria Beltrame. Ele disse ontem que o Exército não havia sido convocado para a operação até então. Mas, em ocasiões anteriores, não participou quando chamado.

– Essa é uma decisão do Exército. Não posso me meter nesta seara – declarou.

Mobilização rápida de tropa

A Marinha precisou de apenas 12 horas para se mobilizar para a operação. É provável que o ministro da Defesa tenha levado em consideração a profissionalização da Marinha quando um fax enviado pelo Palácio da Guanabara chegou ao seu gabinete, no início da semana, pedindo auxílio na luta contra o terror imposto pelos traficantes.

Segundo especialistas, a opção pela Marinha se explica pela capacidade de mobilização mais rápida da força. Outro fator seria a redução operacional de tropas do Exército no Rio de Janeiro.

As Forças Armadas no Rio

- Rio 92 – Durante a megaconferência mundial sobre ambiente, tropas do Exército ocuparam as principais avenidas do Rio. A cidade viveu um período de calmaria.

- Novembro de 1994 – Com concordância do governo estadual, o Exército deflagrou a maior operação militar da história no Rio. Cercou 35 favelas, entre elas o Complexo do Alemão. Algumas foram ocupadas, outras apenas sofreram bloqueio e revista. A ação durou um mês.

- Outubro de 2002 – Mais de 5 mil militares do Exército saíram às ruas para garantir tranquilidade durante as eleições.

- Fevereiro de 2008 – O Exército ocupou 13 favelas do Rio em busca de fuzis que foram roubados de um quartel situado na área central da cidade. A ocupação durou oito dias. Os fuzis reaparecem.

Um dia que mudou a história - NELSON F. DÜRING | EDITOR DO PORTAL DEFESANET

As imagens de centenas de combatentes batendo em retirada da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, irromperam nas telas dos noticiários desta quinta-feira. São os membros de um grupamento criminoso que finalmente emerge das sombras. Nunca quantificados e tratados sob um manto de mistério e complacência, a visão destes grupos configura a de um verdadeiro exército irregular, pois não são organizados como tal.

Sempre contaram com a falta de disposição das autoridades de autorizar a subida das forças policiais e tropas e tinham a certeza de que essa ação implicaria em um novo curso nas ações. Os marginais sentiam-se protegidos e pouco propensos a agir fora de seu hábitat protetor e a introduzirem novas formas de combate.

Observar aquelas centenas de jovens correndo descalços e sem camisa, mas carregando seu fuzil FAL ou AR-15, disparou o alarme. Um alerta muito além de uma simples ação policial ou de criminosos procurando refúgio. No Iraque, foram necessários dezenas de milhares de soldados e de forças especiais para conseguirem finalmente dominar Bagdá.

A grande certeza é de que nem os membros deste exército conheciam sua força e número. Ontem, o Brasil conheceu, e tenho a convicção de que é um dia que mudou a história.

A ironia é que parte das favelas iniciaram com combatentes das campanhas de Canudos. E, como Canudos, quantas campanhas serão necessárias?


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Eu defendia a decretação do "estado de defesa" para proteger os moradores e salvaguardas a participação das Forças Armadas na guerra urbana do Rio. Porém, esta medida não é utilizada pela absoluta falta de vontade do Congresso Nacional que deve ficar funcionando durante o período da vigência do decreto. Assim já estou aceitando a entrada das Forças Armadas sem este instrumento constitucional, pois o conflito se agravou e o cenário é de terror. Se as Forças Armadas já estivessem participando do cerco à Cruzeiro, a bandidagem não teria a porta de fuga proporcionada pelo Estado. Equipes de elite transportada por helicópteros teriam tomado o cume do morro e a local denominado "inferno verde", por onde o bando escapou das forças policiais. A pressão do cerco forçaria a rendição e prisão dos bandidos e a apreensão das armas. Seria um nocaute no crime.

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