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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A GUERRA DO RIO - Facção criminosa pode ser responsável pelos arrastões


Para Beltrame, facção criminosa pode ser responsável pelos arrastões. O secretário disse que medidas serão tomadas, mas que mágica não existe - O Dia, 22/11/2010

Rio - Para o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, "um pequeno grupo de uma facção criminosa" seria o responsável pelos arrastões que levaram pânico à motoristas nas últimas 24 horas na capital fluminense e na região do Grande Rio. A declaração foi dada nesta segunda-feira, em Brasília, em coletiva à imprensa.

O Fiat Uno e o Monza queimados. Ao fundo, a van que também foi incendiada por bandidos | Foto: Severino Silva / Agência O Dia


"É um grupo relativamente pequeno de uma facção criminosa que está se sentindo prejudicada com a nossa ação. Nós não vamos nos desviar deste tipo de conduta. Senão formos em frente com esse projeto o Rio está sujeito a não conseguir resultados melhores na Segurança Pública”, disse o secretário.

Ainda de acordo com José Mariano Beltrame, os arrastões podem ser uma represália à ocupação de 13 comunidades pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e à transferênca de presos com envolvimento com o tráfico de drogas para presídios federais.

Beltrame informou que a polícia irá fazer incursões nas favelas, que não irá pedir ajuda ao governo federal, mas não garante que esse tipo de crime deixe de acontecer. O secretário disse, também, que mágica não existe.

"Temos de entender que mágica não existe. Quem oferecer mágica e quem oferecer uma solução para segunda-feira, os senhores me desculpem, é mentiroso - disse.

"O reforço em algumas áreas terá que ser feito por remanejamento de pessoal", completou Beltrame.

'Não há garantias'

O secretário falou sobre a política adotada no Estado e afirmou que é uma ação voltada para um resultado de médio e longo prazos e declarou que "o que vai resolver é tomar o território (dos criminosos) e debelar armas".

"Não há garantia. Quem garante isso? Quem garante isso é de certa forma um blefe. Como você vai garantir que não vai acontecer incidente em uma cidade com 12 milhões de pessoas e que historicamente o tráfico se instalou?", questionou o secretário.

Os ataques de criminosos no último domingo e nesta segunda-feira foram classificados como "situações pontuais" pelo secretário.

"Isso está muito mais nas situações rotineiras do dia-a-dia da polícia", afirmou.

José Mariano Beltrame negou que o encontro em Brasília seja para discutir os ataques no Rio. De acordo com ele, a reunião seria para discutir as pendências de fim de governo.

Estratégias para coibir arrastões

Representantes da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar e a Polícia Civil realizaram uma reunião na manhã desta segunda-feira. O objetivo do encontro, que contou com a participação do delegado Roberto Sá (sub-secretário de planejamento operacional), coronel Mário Sérgio Duarte (comandante geral da PM) e Allan Turnowski (Chefe de Polícia Civil), foi traçar estratégias de combate à onda de arrastões na cidade.

Quatro medidas serão tomadas para coibir as ações criminosas desta natureza. Na primeira, 140 motocicletas compradas para reforçar o patrulhamento em vias expressas serão colocadas nas ruas a partir desta terça-feira - hoje a PM fará o translado dos veículos para os respectivos batalhões.

A segunda medida diz respeito às folgas dos policiais. A corporação quer dimunuir o número de policiais em casa durante as festas de fim de ano, justamente para aumentar o efetivo nas ruas. A terceira visa aumentar o número de blitzes, coibindo assim possíveis ações. A quarta é utilizar o Batalhão de Choque para dar apoio ao patrulhamento das vias expressas.

Na manhã desta segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, na altura de Irajá, Zona Norte do Rio. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro -, além de um Monza e uma Uno.

O tráfego ficou complicado na Avenida Brasil e na Rodovia Presidente Dutra, sentido ao Centro, em função do incidente. Este é o quinto ataque a motoristas em 48 horas. Também em Irajá, uma cabine da PM foi atingida por um tiro de fuzil disparado por criminosos. A PM acredita que o ataque tenha sido de autoria do mesmo grupo que colocou fogo nos veículos no Trevo das Margaridas.

Cabral admite que crimes podem ter ligação com UPPs

Após os incidentes desta manhã o coronel Lima Castro, responsável pelo setor de Comunicação Social da Polícia Militar, informou que o patrulhamento em vias expressas será permanente. "Estamos colocando 140 motocicletas nas ruas. Estas motos puderam ser emplacadas na última sexta-feira e agora já podem ser utilizadas. Além disso, o Batalhão de Choque dará apoio às ações de patrulhamento. O patrulhamento será permanente", disse o coronel Lima Castro.

O governador Sérgio Cabral admitiu que os atos criminosos podem estar ligados ao fato dos traficantes estarem perdendo espaço em decorrência da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em comunidades do Rio.

"Sem dúvida, os arrastões têm relação com reconquista de território e com nova política de segurança pública do Rio. Mas não vamos retroceder, continuaremos reconquistando territórios e levando a paz às comunidades - disse o governador.

Nova onda de arrastões neste fim de semana

Motoristas do Rio voltaram a sofrer neste fim de semana com uma onda de arrastões de bandidos em vários pontos do estado em menos de 24h. Um dos ataques aconteceu domingo à noite, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras. Foram cinco arrastões e no primeiro, na Rodovia BR-116 (Rio-Magé), altura de Caxias, um eletricista foi morto na frente da família com tiro de fuzil, no sábado à noite - seu corpo foi sepultado nesta segunda-feira no Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Domingo à noite, na Via Dutra, altura de Pavuna, um rapaz foi baleado na cabeça em outro arrastão e está internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas.

Houve ataques que levaram pânico a motoristas também na Lagoa e na Linha Vermelha. Neste último, criminosos bloquearam o trânsito em plena luz do dia, assaltaram os ocupantes de um carro, incendiaram outros dois e atiraram contra um veículo da Aeronáutica, além de explodirem uma granada nele.

Na Linha Vermelha, eram cerca de 13h, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro da Linha Vermelha, altura de Vigário Geral. O grupo estava em dois carros: Corsa Sedan e Voyage. Os criminosos levaram pertences de passageiros de um Palio, e queimaram um Prisma e um Fox, após expulsarem os ocupantes. “Eles mandaram a gente sair”, afirmou a professora aposentada Maria de Lourdes Albuquerque, 53, que estava no Fox. “Voltei para buscar a minha bolsa depois. Quando o fogo apagou, peguei o que sobrou da minha aliança que tinha escondido no carro”, contou.

O sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva estava com carro oficial, um Fiat Doblò, enguiçado na lateral da via, e foi ameaçado. “Quando apontaram o fuzil para mim, eu consegui fugir pelo lado do carona e pular para o mato”, contou.

Em arrastão na Via Dutra, bandidos armados de fuzis bloquearam trecho da estrada sentido São Paulo, altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação uma das vítimas, Guilherme Feitosa da Silva, de 26 anos, foi baleado na cabeça e foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, e seu estado é grave.

Na Lagoa, seis motoristas foram atacados e tiveram dinheiro e pertences levados. A polícia investiga se o ataque na Lagoa foi promovido pelos mesmos ladrões que agiram nas Laranjeiras momentos antes.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - ESTA GUERRA INTERMINÁVEL QUE ATERRORIZA O RIO DEVERIA TER TERMINADO. QUE MOTIVOS IMPEDEM OS GOVERNANTES DE APLICAR O INSTRUMENTO DE EMERGÊNCIA "ESTADO DE DEFESA" PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO "PARA RESTABELECER A ORDEM PÚBLICA OU A PAZ SOCIAL AMEAÇADAS POR GRAVE E INSTABILIDADE INSTITUCIONAL" (ART. 136)?

INFELIZMENTE ESTA GUERRA NÃO DECLARADA JÁ TEM MAIS DE 20 ANOS SEM SOLUÇÕES. OS GOVERNANTES PREFEREM ADOTAR MEDIDAS ISOLADAS COMO AS UPPS, SUPERFICIAIS COMO OS ENFRENTAMENTOS, IMEDIATISTAS COMO O USO DAS FFAA E FORÇA NACIONAL EM OCASIÕES ESPECIAIS E MIDIÁTICAS DIANTE DO CLAMOR POPULAR DO QUE RESOLVER A QUESTÃO.

ATÉ QUANDO?

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