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terça-feira, 30 de novembro de 2010

A GUERRA DO RIO - ENCONTRADO TÚNEL DE FUGA


Polícia encontra túnel de fuga e vai lançar gás no esgoto do Alemão. Estratégia é encontrar suspeitos que estejam tentando se enconder; drogas foram apreendidas em caminhão de lixo - 30/11/2010 - Gabriela Moreira, Priscila Trindade e Solange Spigliatti - O Estado de S.Paulo


RIO E SÃO PAULO - A Polícia Militar vai lançar bombas de gás lacrimogêneo dentro das galerias pluviais no conjunto de favelas do Alemão, na Penha, zona norte do Rio. A estratégia é fazer com que bandidos que porventura ainda estejam escondidos sejam obrigados a sair.

"Vamos fazer isso para ver se ainda há pessoas no local. Não chegamos a confirmar se bandidos tenham fugido desta forma", informou o chefe do Estado Maior da PM, coronel Álvaro Rodrigues Garcia. Segundo ele, após a liberação do gás, a PM vai pedir o fechamento de todas as entradas das galerias pluviais.

Logo após o anúncio, policiais civis encontraram, no início da tarde, um túnel da rede pluvial com 400 metros de comprimento no Complexo do Alemão. A escavação, com início na Rua Joaquim de Queiroz, em frente a uma creche, tem saída para à Rua Arapá. Moradores da comunidade informaram que traficantes teriam usado o túnel para fugir durante as operações policiais na região. Os agentes continuam no local a procura de armas e drogas.

Ontem, o delegado responsável pelas buscas na região, Fernando Veloso (14ª DP - Leblon), afirmou que criminosos utilizaram a rede de esgoto e as galerias de águas pluviais como rotas de fuga. "A prova disso é que, após uma informação de um morador, prendemos oito criminosos em uma tubulação de esgoto", disse.

O delegado também contou que criminosos roubaram uniformes de funcionários das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e de concessionárias que atuam no conjunto de favelas, na Penha.

Fuga. No início desta manhã, foram apreendidas armas e drogas dentro de um caminhão da Comlurb, nas imediações do complexo. Os agentes abordaram o motorista do veículo, que disse ter sido obrigado por traficantes a retirar o material ilegal que estava na comunidade.

Foram apreendidos um fuzil 7.62 mm, munições para fuzil, carregadores para pistola calibre 380, dois radiotransmissores, um tablete de maconha e pequena quantidade de cocaína. O material está sendo apresentando na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha.

Com as operações, o setor de inteligência da PM acredita que o Comando Vermelho (CV), facção que dominava o tráfico no complexo e Vila Cruzeiro, tenha tido um prejuízo aproximado de quase R$ 70 milhões, com apreensões de drogas e armas.

Balanço. A polícia prendeu hoje mais um suspeito durante operação no conjunto de favelas, além de deter 18 pessoas. Segundo balanço parcial divulgado até o meio-dia, foram apreendidos dois fuzis, uma submetralhadora MT12 9 milímetros, uma espingarda calibre 12, uma carabina Puma calibre 38, uma espada, dois carregadores de pistola, um carregador de fuzil Ruger e um carregador de fuzil calibre 556.

Também foram apreendidos 638 quilos de maconha e 205 trouxinhas da droga, três quilos de cocaína e 4.391 papelotes, além de 260 ampolas de lança-perfume. Segundo balanço da PM, 103 veículos foram incendiados desde domingo.


Bandidos fugiram do Alemão pelo esgoto e com uniformes do PAC, diz delegado. Ocupação por forças de segurança no complexo de favelas continua e casas e moradores são revistados. 29 de novembro de 2010 - Pedro Dantas - O Estado de S.Paulo (Com Rodrigo Burgarelli e Priscila Trindade)

RIO - O delegado titular da 14ª Delegacia de Polícia (Leblon), Fernando Veloso, que participa nesta segunda-feira, 29, das operações de busca a traficantes, drogas e armas no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, afirmou que criminosos utilizaram a rede de esgoto e as galerias de águas pluviais como rotas de fuga. "A prova disso é que, após uma informação de um morador, prendemos oito criminosos em uma tubulação de esgoto na noite de ontem", disse.

O delegado também contou que criminosos roubaram uniformes de funcionários das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e de concessionárias que atuam no conjunto de favelas, na Penha. A polícia ainda apreendeu, no início da tarde, três pistolas automáticas na Favela da Grota. Em outra localidade, um homem ainda não identificado foi preso.

Ontem, sete dias após o primeiro ataque da semana de terror no Rio, 2.700 homens das Polícias Civil, Militar e Federal e das Forças Armadas entraram no Complexo do Alemão. Não houve o combate que se esperava. Tampouco foram presos os chefes do tráfico da Vila Cruzeiro, Fabiano Atanazio, o FB, e do Alemão, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão.

Rotina. Nesta segunda, os agentes do Exército continuam a revistar todos os moradores que entram e saem do complexo de favelas. Com clima calmo, o comércio reabriu e funciona normalmente. Os agentes encontram dificuldades em alguns pontos por causa de barricadas colocadas por traficantes em ruas e acessos. Ja Rua Joaquim Queiroz, na Favela da Grota, por exemplo, o asfalto foi danificado e há um vazamento de água, por onde carros não conseguem passar.

Funcionários de algumas obras do PAC também já voltaram ao trabalho, inclusive na contenção do vazamento no acesso ao Morro da Fazendinha. Em contraste com o clima de guerra, a Estrada de Itararé, antes tomada apenas por policiais, hoje tinha até congestionamento.

Em busca de drogas, policiais também estão vasculhando casas em busca de drogas e armamentos. Uma equipe de policiais do 1º BPM (Estácio) apreendeu em uma localidade conhecida como Zona do Medo, no alto do Morro da Fazendinha, seis fuzis, cinco granadas, quatro bombas de fabricação caseira e uma pistola. O armamento estava escondido sob folhas de bananeira.

Homens da Polícia Civil também apreenderam, na Rua Canitar, na Favela da Grota, 3 mil papelotes de cocaína e coletes a prova de balas. De acordo com os agentes, a droga estava próxima ao local onde eram realizados bailes funk patrocinados por traficantes de drogas.

Mas moradores reclamam da forma como os agentes trabalham e alguns, inclusive, falam de arrombamentos e saques. Um pedreiro de 47 anos saiu sábado às 17h de casa porque viu que a polícia ia invadir o morro, não queria ficar no meio do tiroteio e foi dormir na casa de um amigo.

Após a tomada do local pela polícia, ele resolveu voltar. Quando chegou em casa, viu que o local já tinha sido arrombada pela polícia e havia sumido seu computador. "Eles tinham que esperar o morador chegar antes de arrombar. Ainda estragaram minha porta de madeira novinha que eu tinha acabado de colocar", reclama.

Hospitais. Todas as unidades de saúde estão funcionando regularmente na cidade nesta segunda-feira, inclusive nas regiões da Penha e Complexo do Alemão. Nestas locais e em alguns bairros da zona oeste, unidades chegaram a ser fechadas nos últimos dias por questões de segurança. No Alemão, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Estrada do Itararé, atende normalmente os casos de urgência e emergência dos moradores desde domingo, 28.

Entre quinta-feira, 25, e domingo, 28, a Central de Regulação municipal transferiu 31 pacientes do Hospital Estadual Getúlio Vargas para outras unidades com o objetivo de liberar leitos para possíveis feridos nos confrontos no Complexo do Alemão. No fim de semana, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio (SMSDC) disponibilizou um helicóptero para fazer transferências para hospitais especializados.

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