Revelamos aqui as causas e efeitos da insegurança pública e jurídica no Brasil, propondo uma ampla mobilização na defesa da liberdade, democracia, federalismo, moralidade, probidade, civismo, cidadania e supremacia do interesse público, exigindo uma Constituição enxuta; Leis rigorosas; Segurança jurídica e judiciária; Justiça coativa; Reforma política, Zelo do erário; Execução penal digna; Poderes harmônicos e comprometidos; e Sistema de Justiça Criminal eficiente na preservação da Ordem Pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

GUERRA DO RIO. Ao vivo, o tráfico


GUERRA DO RIO. Ao vivo, o tráfico - MARCELO RECH, Zero Hora, 26/11/2010

Foi durante a Guerra do Iraque, em 2003, que pela primeira vez uma câmera transmitiu ao vivo de um campo de batalha no meio do nada: eram cenas de blindados levantando poeira no deserto rumo a seus alvos em Bagdá. Tratava-se de um momento histórico no jornalismo, tanto quanto a transmissão ao vivo das baterias rasgando o céu da capital iraquiana em janeiro de 1991 enquanto aviões da coalizão liderada pelos EUA despejavam uma chuva de bombas sobre a cidade.

Na tarde de 25 de novembro de 2010, o Brasil ficou bem mais perto dos marcos registrados no Iraque – nas cenas de violência e no ineditismo da cobertura. Pela primeira vez, uma câmera instalada em helicóptero da Rede Globo transmitiu por horas a fio, via canal GloboNews, operações de guerra de larga envergadura que se desenrolavam dentro do país, no caso, na conflagrada Vila Cruzeiro.

Cenas aéreas de ações policiais contra bandidos em favelas são tragicamente corriqueiras nos telejornais brasileiros. O que diferencia a transmissão de ontem é a dimensão. Não era mais uma investida da polícia. Na Vila Cruzeiro, diante de olhares atônitos e respirações em suspense, as lentes da Globo capturaram do ar a movimentação de dois exércitos em combate. Imagens que flagram a atividade no outro lado são incomuns mesmo em batalhas nas quais circulam jornalistas credenciados como correspondentes de guerra. A extraordinária cobertura pela TV expôs com assustadora proximidade e nitidez – e, incrivelmente, ao vivo – os detalhes de como mais de 200 traficantes, muitos com armas pesadas, corriam pelos morros, se esgueiravam pela mata e ruelas e se reorganizavam em grupos.

Então que fique anotado: o Brasil testemunhou ontem ao vivo uma guerra dentro de suas fronteiras. Foi um hipnotizante Big Brother do tráfico, com a diferença de que, neste episódio, o único prêmio possível é a derrota das facções inimigas.

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